Leu o livro ou viu a série? Essas histórias brilham nas duas versões
Alguns universos literários são tão poderosos que atravessam fronteiras: saem das páginas dos livros e conquistam o cinema, a televisão e o streaming. Seja em mundos distópicos, mitológicos ou pós-apocalípticos, essas histórias provaram que a imaginação humana pode ser tão visual quanto escrita. A seguir, revisitamos livros que viraram séries ou filmes e que continuam encantando tanto leitores quanto espectadores.
1. The Last of Us — Neil Druckmann
Em The Last of Us, a catástrofe não vem de bombas ou alienígenas, mas de um fungo que transforma pessoas em criaturas violentas conhecidas como “infectados”. Vinte anos após o colapso da civilização, Joel, um homem endurecido pelas perdas, é encarregado de escoltar Ellie — uma garota imune ao fungo — através dos Estados Unidos devastados.
Enquanto enfrentam saqueadores, ruínas e dilemas morais, o vínculo entre os dois se torna o eixo emocional da história. A série da HBO revive o mesmo impacto do jogo, mas os livros e quadrinhos expandidos de The Last of Us mergulham ainda mais fundo nas origens do surto e na psicologia dos sobreviventes. Uma narrativa pós-apocalíptica que combina emoção, violência e esperança em doses precisas.
2. A Escola do Bem e do Mal — Soman Chainani
A série A Escola do Bem e do Mal reinventa os contos de fadas com uma abordagem moderna e filosófica. Agatha e Sophie, duas amigas improváveis, são levadas para uma escola onde os heróis e os vilões são treinados — mas logo percebem que os papéis não são tão simples quanto parecem.
Ao longo de seis volumes, Chainani mistura fantasia, filosofia e crítica social, questionando o que significa ser “bom” ou “mau”. A adaptação da Netflix, estrelada por Charlize Theron e Laurence Fishburne, traduz esse universo literário em uma explosão de cores e efeitos, mantendo o tom mitológico e dualista da obra. É uma fábula moderna sobre a natureza moral e o poder das escolhas.
3. Alien — Tim Lebbon, James A. Moore e Christopher Golden
Poucas franquias representam tão bem a fusão entre ficção científica e horror mitológico quanto Alien. A criatura xenomorfa, símbolo do medo do desconhecido, surgiu no cinema em 1979 e mais tarde ganhou vida também nas páginas.
A trilogia literária — Surgido das Sombras, Mar de Angústia e Rio de Sofrimento — amplia o universo entre os filmes, explorando temas como isolamento, instinto e o horror do espaço profundo. Essas obras criam uma mitologia moderna sobre o confronto entre o humano e o inumano. O medo visceral e a luta pela sobrevivência se tornam metáforas de nossa própria fragilidade diante do cosmos.
4. Conan, o Bárbaro — Robert E. Howard
Criado na década de 1930, Conan, o Bárbaro é o arquétipo do herói guerreiro e o precursor do gênero “espada e feitiçaria”. Nos contos publicados em Weird Tales, Howard construiu um mundo brutal e místico, onde o cimério enfrenta feiticeiros, monstros e deuses esquecidos.
As adaptações cinematográficas com Arnold Schwarzenegger e Jason Momoa transformaram o personagem em ícone da cultura pop, mas é nas palavras do autor que a verdadeira mitologia de Conan se revela. Suas histórias combinam brutalidade e poesia, forjando uma metáfora sobre coragem, destino e a eterna luta entre o homem e o sobrenatural.
5. Feios — Scott Westerfeld
Em Feios, o futuro é um lugar onde a perfeição física é obrigatória. Aos 16 anos, todo cidadão passa por uma cirurgia que o transforma em “perfeito”, apagando sua individualidade em nome da harmonia social.
A protagonista, Tally Youngblood, começa a questionar o sistema e descobre que a beleza tem um preço terrível. A saga de Westerfeld é uma crítica afiada à cultura da aparência e ao controle social mascarado de progresso. A adaptação da Netflix traz para as telas o mesmo contraste entre o brilho artificial e a feiura essencialmente humana, em um alerta visual e emocional sobre os perigos da conformidade e da perda da identidade.
6. The 100 — Kass Morgan
A série de livros The 100 imagina um futuro em que a Terra foi destruída por uma guerra nuclear, forçando os sobreviventes a viver no espaço. Um século depois, cem jovens delinquentes são enviados de volta ao planeta para verificar se ele pode ser habitado novamente.
Entre a radiação, o medo e os romances improváveis, Morgan constrói uma trama cheia de suspense e dilemas morais. A adaptação televisiva da CW, disponível na Netflix, expandiu esse universo para sete temporadas, ampliando os conflitos políticos e espirituais da obra original. The 100 é uma reflexão intensa sobre liderança, culpa e a persistência da humanidade em recomeçar.
7. Mundo em Caos — Patrick Ness
Em Mundo em Caos, Patrick Ness cria uma das distopias mais originais da literatura contemporânea. Nela, uma doença misteriosa elimina todas as mulheres e faz com que os pensamentos dos homens se tornem audíveis.
Todd Hewitt, o jovem protagonista, vive em meio ao “ruído” constante das mentes alheias até descobrir um segredo que pode mudar o mundo. O filme Chaos Walking, estrelado por Tom Holland e Daisy Ridley, adapta esse cenário opressivo e filosófico. A trilogia explora temas como livre-arbítrio, consciência e poder — um mergulho profundo em um universo onde o silêncio é a coisa mais perigosa que existe.
8. The Walking Dead — Robert Kirkman e Jay Bonansinga
Antes de dominar as telas, The Walking Dead nasceu como HQ e depois se expandiu para uma série de livros que aprofundam o colapso da civilização diante do apocalipse zumbi.
Mais do que uma história de mortos-vivos, a obra de Kirkman e Bonansinga é um retrato psicológico da humanidade em ruínas. Nos livros, vemos o surgimento das comunidades, o dilema do poder e a transformação dos personagens diante do desespero. A ausência do termo “zumbi” reforça a metáfora: o verdadeiro perigo nunca são os mortos, mas os vivos. Um épico sobre moralidade, sobrevivência e o preço da civilização.
Conclusão: mitos modernos em carne viva
Todas essas histórias compartilham uma essência mitológica. Elas falam do medo, do poder, da beleza e da sobrevivência — elementos universais que atravessam o tempo e as mídias. Essas obras mostram que a mitologia nunca desapareceu; apenas mudou de forma. Hoje, ela pulsa nas páginas e nas telas, onde o humano e o inumano continuam disputando o coração do leitor e do espectador.
Nota editorial: este artigo foi originalmente publicado em 22 de outubro de 2025 e atualizado pela última vez em 22 de outubro de 2025 para refletir mudanças recentes e novas informações verificadas.
Sobre o Autor
0 Comentários