Com essa obra escrita por um autor japonês, nos jogamos numa série de romances extravagantes. A trilogia 1Q84 foi desenvolvida por Haruki Murakami em cerca de 1300 páginas divididas em três livros que vão proporcionar uma experiência nova até ao leitor mais vivido.
A obra de Haruki não é fácil de se enquadrar entre os gêneros; justamente porque podemos facilmente listá-la como um romance, ficção fantástica, distopia ou até suspense… Além do mais, é uma narrativa complexa, apesar de ser envolvente e de conseguir manter o leitor preso por muito tempo.
Haruki Murakami é um grande nome da literatura contemporânea e esta obra, que tematiza este texto, é uma de suas principais. É autor de grandes best-sellers tanto dentro de seu país quanto internacionalmente, tendo seus livros traduzidos para mais de 50 idiomas. 1Q84, somente em território nacional (japonês), passou a marca dos 4 milhões de exemplares vendidos.
Inclusive, gostaria de mencionar que uma das obras do autor — Drive My Car — foi adaptada para o cinema recentemente e ganhou o prêmio de Melhor Filme Internacional no Oscar em 2022. Mencionamos essa obra num texto que publicamos sobre as adaptações indicadas ao Oscar de 2022.
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1 – 1Q84 – Livro 1
Este é o primeiro livro na ordem dos romances da Trilogia 1Q84. No primeiro livro somos apresentados aos dois protagonistas dessa história completamente singular: Tengo e Aomame.
Uma narrativa muito bem construída, que apresenta as jornadas dos personagens principais de forma paralela e independente; independente até certo ponto… Um único contato foi suficiente para ligá-los eternamente e suas vidas mudariam para sempre.
Tengo é um professor de matemática, além de um campeão de judô e escritor. Na época da escola era um jovem popular, gênio e praticante de esportes. Mas, hoje, o que ele mais ama fazer é escrever e, apesar de nunca ter publicado um livro, trabalha com um editor literário de uma revista que promove anualmente um concurso para encontrar novos talentos.
Tengo ajuda o editor a ler as obras que foram inscritas no concurso e, nesse processo, se depara com uma história que o deixa intrigado. O título é A Crisálida de Ar e foi escrito por uma jovem de apenas 17 anos chamada Fukaeri. O livro tem uma história realmente profunda e, por isso, o professor se impressiona, no entanto, foi muito mal escrito e a gramática deixa a desejar.
O protagonista, muito interessado pela narrativa de Fukaeri, vai atrás da garota para conseguir a permissão para alterar o material original. Dessa forma, Tengo tem uma revelação surpreendente ao descobrir que a autora é disléxica e precisou ditar palavra por palavra para que outra pessoa escrevesse.
A história do livro escrito por Fukaeri contava a trama de uma menina que vivia em um mundo fictício; uma realidade que é completamente diferente da que conhecemos. Nesse mundo, existem duas luas e quem habita o planeta são criaturas semelhantes a duendes que são chamadas de Povo Pequeno.
Haja criatividade para criar uma história dessas… Ou não! Bom, Fukaeri diz que não é apenas um conto de fadas e que é tudo real. Talvez, além de disléxica, ela seja louca! Será?
Enquanto isso, do outro lado do protagonismo, observamos Aomame, que vive seus dias agitados em sua profissão perigosa. Ela é uma assassina de aluguel e está prestes a executar um trabalho. A caminho do local onde ela deve chegar, fica presa no trânsito e, sem poder perder tempo, desce do automóvel e pega um atalho. A partir daí as coisas ficam bem interessantes, pois a protagonista começa a notar uma série de diferenças ao seu redor e, quando ela percebe que no céu há duas luas, conclui que este não é o mundo que ela conhece.
Ela está no ano de 1984 em um mundo que não é o seu e por isso nomeia o mundo como “1Q84”. Isso porque o número 9 e a letra Q em japonês têm sons semelhantes e a letra Q expressa dúvida, que é o que Aomame mais tem na cabeça.
E de maneira muito peculiar, enredada naquele mundo estranho e ameaçador, a vida de Aomame passa a se conectar com a de Tengo, o rapaz da escola, que nunca mais tinha visto.
2 – 1Q84 – Livro 2
Este é o segundo livro na ordem dos livros da trilogia 1Q84. Se no primeiro volume Haruki Murakami introduz o leitor a um mundo extraordinário e aos personagens igualmente cativantes, nesta segunda trama, o autor nos entrega um ambiente com um ar bem mais sombrio e até melancólico. Uma literatura que remete muito ao icônico Franz Kafka.
Nesta segunda narrativa, continuamos a acompanhar a história intercalada entre as perspectivas de Tengo e Aomame, que inclusive é um recurso de escrita normalmente muito aprovado pelo público. Aqui, percebemos ainda mais como a trajetória dos protagonistas é tão semelhante em vários aspectos, tanto no passado como no presente.
De alguma forma inexplicável, parece que os dois sempre estiveram ligados e agora, por algum motivo, a conexão entre eles parece estar ficando ainda mais forte. Um amor que, mais do que qualquer outro, não possui uma explicação fácil e que influencia diretamente o desenvolver da história, onde decisões e consequências podem ser um tormento.
Enquanto Aomame é designada para matar o líder da comunidade onde vivia Fukaeri, Tengo vive um grande dilema entre a moral e a sobrevivência: um grupo misterioso lhe oferece um financiamento em troca de proteção. Ele deveria aceitar? Caso contrário, ele teria de estar disposto a correr todos os riscos que o desconhecido apresenta; sem saber a real proporção do perigo.
Duas luas pairam o céu! Os dois estão trilhando seus caminhos igualmente perigosos; e fugir desta realidade não é uma opção. Ao que tudo indica, ambos não podem ser salvos e, entre eles, só um será escolhido.
Neste livro, a narrativa faz um grande avanço. Os personagens amadurecem muito e atingem um nível superior em autoconhecimento e compreensão de suas vidas, onde o autor deixa uma marca evidente do caráter filosófico de sua escrita.
Também neste livro, são dadas muitas revelações aos leitores, respondendo muitas questões cruciais da história: quem é o líder e quais são seus motivos; quem é o Povo Pequeno…
3 – 1Q84 – Livro 3
Com este livro, Haruki Murakami finaliza sua fantástica Trilogia 1Q84. Assim, o leitor tem um início de leitura aflito e ansioso pela resolução.
Neste livro, presos a 1Q84, Tengo e Aomame continuam buscando um ao outro, enquanto tentam fugir do grupo religioso Sakigake e do Povo Pequeno. E, só para constar, o autor mantém o clima pesado e trevoso que se estabeleceu no segundo livro.
A narrativa segue a mesma lógica de estruturação de sempre, ou seja, alternando entre os pontos de vista dos protagonistas. Porém, temos a adição de uma outra perspectiva, que é a de Ushikawa, que pretende executar sua missão de encontrar Aomame, que é a principal suspeita de um assassinato. E o Sakigake, por trás da busca, mexe os pauzinhos conforme seus próprios interesses e alteram cada passo conforme sua necessidade.
Aomame segue sua vida numa rotina comum, preenchida por exercícios físicos e leituras. São movimentos suavemente adequados ao seu objetivo de manter-se oculta aos olhos de quem não quer por perto. Todavia, novas aspirações mantêm a protagonista motivada a zelar pela própria vida.
Enquanto isso, Tengo passa por momentos difíceis, tendo se mudado para outra cidade para ficar com seu pai, que está em um estado de saúde complicado. É verdade que ele não tinha tanto afeto pelo seu pai, mas pai é pai, né? Ele ainda escreve seu próprio romance e reflete sobre muitas questões pessoais.
Toda construção nos guia através do que parece ser uma preparação devidamente planejada para os destinos de Tengo e Aomame!
1Q84 é uma obra sem igual. Inclusive, no seu desfecho, quebra totalmente os padrões. Porém, de uma forma que desagrada a maioria dos leitores:
Bom, o primeiro livro foi uma apresentação sensacional de um universo completamente inovador e promissor. Até por isso, a narrativa proporciona aos leitores muitos momentos prazerosos imersos na criação de Haruki, que, aliás, entrega um segundo volume de excelência, que responde perguntas e gera desejo de continuar a jornada para descobrir o desfecho.
No entanto, as expectativas altas são frustradas. A sensação é de promessa não cumprida, quando vamos chegando ao fim sem conseguir as respostas que esperávamos angustiados.
Conclusão
A trilogia 1Q84 é uma boa recomendação de leitura, porque, de verdade, os primeiros volumes são incríveis. Inclusive, por serem tão bons, faz com que o impacto negativo no fim seja maior do que se não tivesse sido gerada tanta expectativa. Se não fosse a frustração de não termos todas as respostas no final seria um trabalho nota 11.
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