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A Última Livraria de Londres: A Vida Durante a Guerra [Resenha]

Hoje, vamos fazer uma resenha de A Última Livraria de Londres da autora Madeline Martin. 

Esta obra nos coloca em Londres durante o período da Segunda Guerra Mundial, em que a cidade foi terrivelmente bombardeada. A guerra nos é apresentada com diversas facetas cruéis, mas algumas de alívio, como é o caso da Primrose Hill, livraria que é o foco deste livro. 

É importante lembrar do contexto histórico da Segunda Guerra Mundial. Neste período, Londres foi alvo de bombardeios aéreos intensos e devastadores por parte da Alemanha nazista. O episódio ficou conhecido como a Blitz, e ocorreu entre setembro de 1940 e maio de 1941. 

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Londres Durante a Segunda Guerra

A cidade foi atingida por mais de 56 mil toneladas de bombas, causando a destruição de muitos edifícios e matando aproximadamente 30 mil pessoas. Além disso, o ataque aéreo também resultou em evacuações em massa de crianças e a instauração de medidas de racionamento de alimentos e outros recursos.

Apesar dos bombardeios e das dificuldades enfrentadas pela população, a cidade de Londres resistiu e se reergueu, tornando-se um símbolo de resiliência e perseverança.

Durante a Segunda Guerra Mundial, muitas livrarias foram destruídas pelos bombardeios, deixando um vazio na cultura e no acesso à informação e ao entretenimento, sendo que as livrarias eram locais de refúgio e acolhimento, onde as pessoas podiam se esconder e se distrair da realidade aterrorizante do conflito.

E esse contexto que ressaltamos em nossa resenha de A Última Livraria de Londres de Madeline Martin. O livro se encaixa como uma homenagem a esses espaços tão importantes para a sociedade e como um testemunho da força que a literatura tem em tempos de guerra.

Conhecendo a Protagonista

Com isso em mente, já podemos falar um pouco sobre a obra em si. No livro, vamos conhecer a nossa protagonista Grace Bennett, que busca um recomeço em Londres após enfrentar dificuldades em sua vida no interior da Inglaterra. Ela vem para a capital junto com a sua amiga Viv e ficam alojadas na casa de uma amiga da mãe de Grace, a Sra. Weatherford. 

Viv e Grace tinham o sonho de trabalhar na Harrods, mas a nossa protagonista não possuía uma carta de recomendação, o que é essencial para quem busca emprego na cidade. Quem tem a solução para este problema é a Sra. Weatherford que convence o dono da Primrose Hill, uma livraria decadente do centro da cidade, que precisava de ajuda. O Sr. Evans, proprietário da livraria, é descrito, inicialmente, como um homem rabugento, mas, ao mesmo tempo, fica claro seu amor pela literatura e também que a loja precisava de ajuda, muito embora ele tenha tentado resistir nos primeiros momentos. 

Primrose Hill

Nesse cenário desolador, Grace começa a trabalhar na livraria Primrose Hill, um refúgio em meio ao caos da guerra. O local é descrito como uma livraria excêntrica, situada no coração da cidade. 

Apesar de não ser uma grande e renomada livraria, ela é muito importante para a comunidade local, que busca ali um refúgio para escapar do clima de medo que toma conta da cidade durante a guerra recém iniciada. 

E é nesse ambiente que a personagem começa a descobrir o poder transformador dos livros e como eles podem unir as pessoas em momentos difíceis.

O Sofrimento Londrino

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A autora Madeline Martin nos transporta para a atmosfera de medo e incerteza que tomou conta da cidade nesse período. Com a ameaça constante de ataques aéreos da Alemanha nazista, a população londrina precisava se adaptar a uma nova rotina, incluindo a evacuação de crianças e o racionamento de alimentos. E também o fim das flores na cidade, porque todos os moradores são orientados a arrancarem seus jardins para plantar alimentos. 

Essa parte da evacuação em massa das crianças, para ficarem sob os cuidados de outras famílias no interior do país é, provavelmente, a parte que mais me chocou no livro. Veja, esta não é uma história real, mas é inspirada e retrata situações reais que acontecem, e essa situação é uma delas. Imagine o desespero de ter que enviar seus filhos para outras cidades para que fossem cuidados por outras pessoas.

Pior que isso, somente ver seus jovens filhos serem convocados para lutar no continente, sendo que havia na memória em muitos daqueles pais e mães dos horrores causados na primeira guerra, pouco tempo antes. 

As Sessões de Leitura

Em determinado momento da trama, ainda quando Grace estava iniciando na livraria, ela ganha de presente O Conde de Monte Cristo, e essa será apenas uma das grandes obras que são citadas durante o roteiro, como pode exemplo os contos dos irmãos Grimm e o Grande Gatsby, além de diversas obras de Jane Austen

Os livros são retratados como fontes de conforto e esperança em tempos difíceis. É interessante notar que, mesmo em meio à escassez de alimentos e à ameaça constante dos bombardeios, os personagens encontram conforto e companhia nas páginas dos livros.

Notando isso, observamos esse reconforto quando Grace passa a fazer sessões de leitura, que ajudam as pessoas a esquecerem seus momentos mais insuportáveis. 

Conclusão da Resenha de A Última Livraria de Londres

Há traços emocionantes no livro A Última Livraria de Londres que chama a atenção pelo estilo narrativo de Madeline Martin, já que a autora consegue mesclar romance, história e drama de forma habilidosa. Além disso, Madeline foca essa história nas mulheres. A mãe que perde o filho. A jovem que se junta ao serviço de inteligência e a própria Grace que atua no período noturno como voluntária, ajudando a levar as famílias para abrigos antiaéreos. O retrato desse papel da mulher na guerra não é muito comum e o livro tem muitos méritos neste ponto. 

Apesar de ser uma boa leitura, o livro é um pouco “linear demais” para meu gosto, apresenta poucas surpresas, e é levemente clichê em algumas partes. Além disso, a personagem, Grace, é boa demais – quase caricaturalmente boa, e isso atrapalha um pouco a construção de uma personagem realista. 

Então, eu recomendo a leitura para quem gosta dos temas históricos, de segunda guerra, e para quem é fã de literatura, porque dá até mesmo para tirar grandes dicas de leitura desta obra. 

Acho que é uma leitura válida, apesar de que provavelmente não vai te causar grandes surpresas. 

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