os melhores livros 2019

Recomendação de Livros: O que eu li no último ano e o que eu pretendo ler em 2020

Li menos do que gostaria em 2019. Terminei o ano sem alcançar a meta de vinte e quatro livros (média de dois por mês). Apesar disso, não foi um ano ruim de leituras. Talvez uma coisa ou outra eu poderia ter vivido sem passar meus olhos, mas nenhuma das obras da lista foram, de fato, ruins. Ler um livro ruim é pior do que não ler nenhum livro e gosto desse tipo de lista de recomendação de livros. Por isso resolvi escrever esse texto com os melhores livros 2019.

Ao todo, foram dezessete livros. Seis foram em formato ebook, pelo Kindle. Um em inglês. A maioria não teve mais do que 300 páginas, o que evidenciou ainda mais a baixa produtividade. Sim, admito que priorizei os livros menores para tentar alcançar a meta.

A falta de comprometimento e a malandragem para tentar bater a meta me fizeram relegar a pilha dos livros que eu já havia começado. Composta por alguns volumes iniciados lá em 2013, essa pilha me encarou na segunda noite do ano. Me senti culpado, e a culpa me tirou o sono. Decidi agrupar todos as leituras abandonadas na minha mesa de cabeceira, comprometendo-me a priorizá-los neste ano. Depois de algum tempo, consegui voltar a dormir.

Para 2020, tracei novas metas. Preciso ler vinte e seis livros. Destes, catorze estão naquela pilha dos já iniciados. Para isso, estou me comprometendo a ler cinquenta páginas por dia, não importa o formato da página (por exemplo, cinquenta páginas de “Graça Infinita”, do David Foster Wallace, com certeza levam mais tempo do que cinquenta páginas de “O Caçador de Autógrafos”, da Zadie Smith). Inclusive estou trabalhando num sistema de acúmulo: se não conseguir ler as cinquenta do dia, as que sobraram ficam para o próximo.

Contando possíveis furos, dias de trabalho muito agitados, férias e outros compromissos, espero ler cinquenta páginas em pelo menos trezentos dias. Isso dá, no ano, quinze mil páginas. Uma meta ousada. Só tenho um pouco de medo que esse compromisso não torne o ato da leitura, que deveria ser prazeroso, numa obrigação — um tormento a médio prazo.

Outro desafio será enfrentar, por birra, alguns livros não tão bons assim. Isso já começou com a primeira leitura concluída do ano: “A Jornada do Escritor”, de Christopher Vogler. Desde 2014 indo da prateleira para o criado mudo, e voltando. Mas até aí eu já tinha passado da metade, precisava terminar. Todavia, a dificuldade de chegar ao final não foi nem um pouco compensada pela sensação de alívio de vê-lo sumir da minha frente. No que concluo que talvez precise praticar o desapego e não insistir em leituras chatas e que não acrescentam nada.

Feitas as reflexões, compartilho a seguir a minha lista de melhores livros 2019 , que serve também como uma lista de recomendação de livros. Ótimas leituras!

1. Caçando Carneiros – Haruki Murakami

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Lançado no Japão em 1982, Caçando carneiros é o primeiro que gostaria de citar em minha lista de recomendação de livros. Este é o romance que tornou Haruki Murakami conhecido mundialmente. Permeado de mitologia e mistério, a obra é um thriller literário extraordinário. O protagonista do livro é um personagem sem nome que leva uma vida tranquila trabalhando numa agência de publicidade, convivendo com a ex-mulher e alguns amigos – todos muito comuns, ou assim parece.

Tudo muda quando ele recebe uma carta misteriosa e conhece pessoas inesperadas: uma modelo de orelhas sedutoras, um grupo político de direita com um chefe enigmático e, por incrível que pareça, um homem-carneiro.

Lançado em uma busca fantástica, ele terá que atravessar o Japão para encontrar o único carneiro que pode trazer novamente algum sentido ao seu cotidiano. Nessa jornada, nosso narrador se vê no lugar de um excêntrico detetive que, ao mesmo tempo em que esclarece pistas, descobre um pouco mais sobre si mesmo. Ao mesclar situações banais a fatos inexplicáveis, Murakami faz com que o leitor mergulhe em seu universo e se deixe levar por suas narrativas oníricas.

2. A Promessa/A Pane – Friedrich Dürrematt

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A PROMESSA é o segundo da minha lista de recomendação de livros, que traz a história de um escritor que ouve de um ex-chefe de polícia o caso que arruinou o homem mais genial que ele conheceu. Matthäi, um detetive já próximo da aposentadoria, jura à família de uma vítima que encontrará o culpado por trás do crime brutal. Ao levar sua promessa às últimas consequências, Matthäi é obrigado a encarar o fato de que a vida real nem sempre cabe dentro da lógica das histórias de mistério. A saga de Matthäi se converte em uma reflexão sobre justiça, culpa, virtude e acaso.

Em A PANE: Uma história ainda possível, o caixeiro-viajante Alfredo Traps tem de pernoitar em um vilarejo após seu carro sofrer uma pane na estrada. Ele se une a um grupo para um jantar. Os ilustres senhores que o convidaram têm o passatempo de encenar julgamentos e sentenças. Na posição de réu, Traps abrirá sua vida e seus segredos a estes desconhecidos de uma maneira irreversível. Nas duas obras, o autor cria pérolas narrativas: leituras envolventes que incluem mergulhos fundos na moralidade humana e reflexões sobre o lugar da literatura no mundo contemporâneo. Por sua versatilidade e suas ideias provocadoras e críticas à sociedade europeia, Dürrenmatt marcou seu nome entre os principais autores de língua alemã da literatura moderna.

3. Diário da Queda – Michel Laub

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Diário da Queda é a terceira história na minha lista de recomendação de livros e narra a história de um garoto de treze anos se machuca numa festa de aniversário. Quando adulto, um de seus colegas narra o episódio. A partir das motivações do que se revela mais que um acidente, cujas consequências se projetam em diversos fatos de sua vida nas décadas seguintes – a adolescência conturbada, uma mudança de cidade, um casamento em crise -, ele constrói uma reflexão corajosa sobre identidade, afeto e perda. Dessa reflexão fazem parte também as trajetórias de seu pai, com quem o protagonista tem uma relação difícil, e de seu avô, sobrevivente de Auschwitz que passou anos escrevendo um diário secreto e bizarro. São três gerações, cuja história parece ser uma só; são lembranças que se juntam de maneira fragmentada, como numa lista em que os fatos carregam em si tanto inocência quanto brutalidade.

Numa prosa que oscila entre violência, lirismo e ironia, com pausas para uma neutralidade quase documental na descrição de cheiros, gostos, sons, fatos e sentimentos,

4. Miso Soup – Ryu Murakami

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Quarto livro que aparece na nossa lista de melhores livros 2019 é Miso Soup. Aos vinte anos, Kenji trabalha como guia de turismo sexual em Tóquio. Conhece os melhores bares de encontro, peep shows e clubes de sadomasoquismo de Kabuki-cho, bairro de boemia e prostituição da capital japonesa. Ao ser contratado por Frank, um estranho executivo norte-americano, começa a suspeitar que o cliente o enganou, que nada do que lhe disse sobre identidade, profissão e passado era verdade.

Ao mesmo tempo, acompanha as notícias de dois assassinatos violentos ocorridos na cidade. O medo e a dúvida se instalam em sua mente. Será que o americano, que se comporta de maneira cada vez mais suspeita, está envolvido nos crimes?

5. Gângster Americano e outras histórias de Nova York – Mark Jacobson

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Gângster Americano e outras história de Nova York é um livro eletrizante e por isso é o quinto em nossa lista de recomendação de livros. Na década de 1970, Frank Lucas era o rei do narcotráfico no Harlem. Levava uma vida glamorosa, amigo íntimo de atletas e músicos famosos, mas também era um gangster implacável. Tornou-se conhecido por usar os caixões dos soldados norte-americanos mortos no Vietnã para contrabandear heroína e, antes de sua derrocada, desempenhou um papel de destaque no quase falecimento de Nova York.

O relato cativante que Mark Jacobson faz da vida de Frank Lucas, acompanha outras histórias de Nova York recolhidas nos últimos trinta anos, das teorias conspiratórias que procuraram explicar o atentado de 11 de setembro de 2001 até a figura política mais influente do Harlem, passando pela garota de programa número um dos Estados Unidos.

6. O Capitão Saiu Para o Almoço e os Marinheiros Tomaram Conta do Navio – Charles Bukowski

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O Capitão Saiu Para o Almoço e os Marinheiros Tomaram Conta do Navio de Charles Bukowski foi publicado nos Estados Unidos quatro anos após a morte de Bukowski, esse livro é o último canto desesperado do “velho safado”. Contém trechos de seu diário de agosto de 1991 até fevereiro de 1993, selecionados por ele próprio dias antes de morrer, em nove de março de 1994. Sou especialmente fã de Bukowski e um de seus livros era presença obrigatória na minha lista de recomendação de livros.

No texto são comentados alguns episódios frugais, como o hábito de apostar em corrida de cavalos, encontros com figuras marginais e desiludidas como ele próprio, mas a espinha dorsal de “O capitão saiu para o almoço e os marinheiros tomaram conta do navio” são as cruas reflexões filosóficas sobre a vida, sobre a natureza e miséria humanas.

7. Consciência Digital – Fabio Pereira

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Um livro fundamental para a nossa era que aborda um dos grandes desafios da humanidade: como mudar comportamentos e hábitos para uma vida e uma sociedade melhor!” Flávia Ávila – CEO da InBehavior Lab, fundadora e editora do EconomiaComportamental.org e coordenadora do MBA na ESPM Cada vez mais o mundo físico e o digital se misturam. Sabia que você toma, em média, 35 mil decisões por dia? Então, a todo momento somos influenciados pelo que vivemos digitalmente e, consequentemente, tomamos decisões de forma impulsiva, sem pensar. Porém, como evitar a manipulação da Inteligência Artificial e adquirir autocontrole, foco e segurança nos dias de hoje? Desenvolvendo a sua Consciência Digital!

A partir de sua extensa experiência em tecnologia e comportamento humano, Fabio Pereira desenvolveu este livro, um manual completo para ajudar você a ser mais consciente e, assim, tomar as rédeas da sua vida para construir e viver em um mundo melhor. E por isso Consciência Digital está em nossa Recomendação de Livros. Ao conhecer e aperfeiçoar os 5 Cs da Consciência Digital, você estará preparado para reconhecer e evitar as manipulações e os erros sistemáticos, controlando sua vida e suas decisões para usar a tecnologia a seu favor! Além de tudo isso, este livro também lhe ensinará: O que são os vieses e os nudges – e como você deve usá-los; Como controlar o seu celular e não ser controlado por ele; Quais são as ferramentas digitais manipuladoras e como fazer uso delas para tomar uma decisão consciente; Como aproveitar a tecnologia ao máximo em prol de uma vida e uma sociedade melhores; O que é preciso para que você desenvolva a sua Consciência Digital!

8. A Ilha da Infância – Karl Ove Knausgard

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A Ilha da Infância conta a história das fantasias do menino Karl Ove, os adultos vivem num mundo à parte e têm o poder de deuses, às vezes benevolentes como sua mãe e às vezes tirânicos como seu pai. Como reconstruir as lembranças desse tempo, anterior a toda lembrança? O que há em comum entre o bebê que nossos pais fotografaram e a pessoa que somos hoje?

Depois de A morte do pai e Um outro amor, no terceiro volume da série autobiográfica Minha Luta Knausgård investiga, com o estilo direto e arrebatador que lhe é característico, a memória, o universo familiar e a construção da identidade. “Talvez a empreitada literária mais importante dos nossos tempos” – Rachel Cusk, The Guardian “A série Minha Luta é um movimento. Um hit inigualável.” – The New York Times

9. O Traidor – Jimmy Breslin

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Ler O traidor é como olhar pelo buraco da fechadura para pessoas e lugares que definiram a Máfia nos Estados Unidos – personagens do crime organizado interligados com o próprio traidor, Burt Kaplan, testemunha principal no julgamento recente de dois policiais apontados como matadores em oito execuções de gangues. O livro aparece em 9º colocado em nossa lista de recomendação de livros.

Cronista da cidade de Nova York e vencedor do Prêmio Pulitzer, o escritor Jimmy Breslin veio das mesmas ruas frequentadas por chefes da Máfia como John Gotti e Vito Genovese. Como em s eu romance inesquecível The gang that couldn’t shoot straight (A gangue que não conseguia atirar direito), Breslin traz histórias verídicas da Máfia e cria brilhantemente um retrato perspicaz de como a turba se formou, sobreviveu e foi atingida.

10. O Deserto dos Tártaros – Dino Buzzati

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O deserto dos tártaros é a obra-prima de Dino Buzzati. Publicado originalmente em 1940, o livro marcou a consagração do autor entre os grandes nomes da literatura italiana e foi eleito pela crítica especializada um dos melhores livros do século XX. A obra narra a história do jovem tenente Giovanni Drogo, que recebe com alegria uma missão no forte Bastiani ― para ele, a primeira etapa de uma carreira gloriosa.

Embora não pretendesse ficar por muito tempo, o oficial de repente se dá conta de que os anos se passaram enquanto, quase sem perceber, ele e seus companheiros alimentavam a expectativa de uma invasão estrangeira que nunca acontece. A espera pelo inimigo transforma-se na espera por uma razão de viver, na renúncia da juventude e na mistura de fantasia e realidade

11. Era Uma Vez Um Sonho – J.D. Vance

era uma vez um sonho

Era uma vez um sonho retrata o impacto da decadência cultural e econômica de uma sociedade sobre a história pessoal de cada um A história de J.D. Vance poderia ser igual à de milhares de outras pessoas que cresceram nas mesmas condições que ele. Seus avós migraram para a região dos Estados Unidos conhecida como Cinturão da Ferrugem, onde se tornaram operários de classe média e não poderia ficar de fora da nossa lista de recomendação de livros. Mas a relativa ascensão social não significou que seus descendentes conseguissem escapar da situação de pobreza material e cultural que os prendia a um ciclo contínuo de violência doméstica, abuso de álcool e drogas e falta de perspectivas de forma geral.

É nesse contexto que o autor de Era uma vez um sonho nasce e cresce, alternando momentos de negação da (des)estrutura familiar e outros de proximidade, mas nunca deixando de tentar entender o que estava errado e o que os levava a cometerem sempre os mesmos equívocos, comuns também às famílias vizinhas. J.D Vance transforma sua experiência pessoal numa narrativa emocionante sobre a degradação da classe trabalhadora branca americana – mas que poderia se passar em qualquer outro lugar do mundo. É pioneiro ao trazer uma perspectiva interna do declínio de um grupo social, visto pelos olhos de alguém que conseguiu romper com essa situação e se formar em direito numa das mais prestigiadas universidades do país. Best-seller #1 do New York Times desde novembro de 2016, o livro tem sido indicado também para quem deseja compreender as condições que suscitaram a vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos EUA.

Com uma honestidade pungente, apresentando personagens de uma realidade dura, cruel e por vezes também bem-humorada, ao alcance de todos nós, J.D. Vance construiu um retrato muito maior do que o da crise da sociedade americana. Expôs, com sua própria história, que certos sonhos podem dilacerar um indivíduo e esquartejá-lo entre dois mundos.

12. O Homem Que Buscava Sua Sombra – David Lagercrantz

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Depois do best-seller A garota na teia de aranha, David Lagercrantz dá continuidade à genial série Millennium, em O Homem Que Buscava Sua Sombra. Lisbeth Salander precisa passar um curto período atrás das grades, num presídio que também abriga uma das maiores criminosas da Suécia, de alcunha Benito. Na cela ao lado, ela observa uma jovem muçulmana acusada de matar o irmão sofrer ameaças constantes da gangue racista de Benito, a “dona” do pavilhão. O livro aparece em décimo segundo em nossa lista de recomendação de livros.

Mesmo sem ter acesso ao mundo exterior, Lisbeth dá um jeito de descobrir mais sobre as partes encobertas de sua infância traumática, depois que Holger Palmgren lhe apresenta pistas sobre um experimento pseudocientífico realizado com gêmeos. Claro que ela irá acionar o destemido jornalista Mikael Blomkvist para ajudá-la a desvendar esse mistério e a defender os desprotegidos, garantindo que os vilões paguem por seus crimes. Assim, a dupla está mais uma vez no cerne de um romance de tirar o fôlego, que aborda de modo fascinante muitas das graves questões que assombram o mundo hoje.

13. O Mundo da Escrita – Martin Puchner

o mundo da escrita

O mundo da escrita nos conduz a uma viagem maravilhosa pelo tempo e pelo globo, por meio de dezesseis textos fundamentais, selecionados dentre 4 mil anos de literatura mundial. É assim que conhecemos a sra. Murasaki, autora do primeiro grande romance da história universal; as aventuras de Miguel de Cervantes ao enfrentar piratas ― tanto os que atuam no mar como os literários ―; e os artesãos da linguagem do épico oral Sundiata na África Ocidental. Também aprendemos como Goethe descobriu a literatura mundial na Sicília, passamos mil e uma noites com Sherazade, acompanhamos a difusão do Manifesto Comunista e a batalha dos livros na América espanhola.

Para contar toda essa trajetória, Martin Puchner trata tanto da narrativa quanto da evolução das tecnologias criativas ― o alfabeto, o papel, o códice, a impressão ―, que formaram pessoas, comércios e hábitos. A literatura, em suma, moldou nosso mundo, um espaço a partir do qual conversamos rotineiramente com vozes do passado e imaginamos que podemos nos dirigir aos leitores do futuro.

14. Bobby Gold Leão de Chácara – Anthony Bourdain

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Anthony Bourdain causou escândalo mundial com Cozinha confidencial, obra em que revelou os bastidores da cozinha de grandes restaurantes. No romance Bobby Gold: Leão-de-chácara ele narra cenas da vida de um brutamontes sensível, em crise com sua profissão violenta. Além de ser o “chefe da segurança” de um restaurante e clube noturno, Bobby, de 1,93 de altura e sempre vestido de preto, pune os devedores de seu chefe mafioso, quebrando-lhes os ossos cientificamente. Para isso, aproveita os exercícios de musculação e os estudos de anatomia que fez enquanto esteve preso por tráfico de cocaína.

No restaurante, ele conhece Nikki, cozinheira auxiliar e também insatisfeita com sua vida de molhos e porres homéricos. O encontro entre o leão-de-chácara tímido e melancólico e a desinibida e desmiolada cozinheira trará conseqüências imprevisíveis para a vida de ambos. Bourdain dosa o humor com a observação de ambientes, a fala típica, a tensão erótica e, é claro, sua especialidade, as cenas de cozinha. O resultado é um romance que pode ser saboreado aos poucos, nos detalhes, como pode ser lido avidamente, como um bom policial. Esse é um dos melhores livros que li em 2019.

15. What We Talk About When We Talk About Love – Raymond Carver

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What We Talk About When We Talk About Love é um livro de Raymond Carver. A autor surpreende com a sua escrita sucinta e coloquial, aliada a uma percepção perspicaz do modo como as pessoas comunicam, fez esta coleção de contos que falam de amor.  O livro aparece em décimo quinto na nossa lista de recomendação de livros.

16. F – Antônio Xerxenesky

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Após utilizar a escrita como eixo central da trama no romance Areia nos dentes e a própria literatura como premissa para os contos de A página assombrada por fantasmas, ambos publicados pela Rocco, Antônio Xerxenesky se debruça sobre o cinema em F, seu novo romance. que aparece na décima sexta posição em nossa lista de Recomendação de Livros. O livro conta a história de Ana, que aos 25 anos de idade já havia visto e protagonizado diversas cenas dignas das telas de cinema: decapitações, mortes por queda, cabeças estouradas por tiros de rifle ou espingarda. Talvez por isso não tenha achado graça ao assistir pela primeira vez a Cidadão Kane, de Orson Welles, considerado por muitos críticos o melhor filme de todos os tempos. De qualquer forma, aquilo fazia parte de seu trabalho – ao menos desde que fora contratada para matar o diretor norte-americano. F, segundo romance do escritor gaúcho

Antônio Xerxenesky, acompanha a trajetória da jovem matadora de aluguel, que viaja para Paris com o objetivo de conhecer melhor o cinema e a vida de Welles, e assim elaborar o melhor plano para assassiná-lo. Tendo como pano de fundo os anos 1980, o romance passeia pelas ruas da capital francesa, indo de mostras em cineclubes dedicadas ao diretor até discotecas abafadas onde milhares de jovens dançam ao som de sintetizadores sob luzes estroboscópicas. Neste terceiro livro, Xerxenesky evidencia elementos que já estavam presentes em suas obras anteriores, como a mescla entre “alta” e “baixa” cultura, as referências ao universo pop e certo interesse nos possíveis usos da metalinguagem. No entanto, em F o autor parece dar um passo adiante, trazendo essas discussões para o âmbito temático – sobretudo ao tratar das implicações de F for Fake, filme de Welles que ressoa no título do romance. É um livro repleto de ação, mas ao mesmo tempo reflexivo e multifacetado, que levará o leitor a se questionar a respeito de cada página lida.

17. Espinosa Sem Saída – Luiz Alfredo Garcia-Roza

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O psiquiatra de um hospital universitário sente-se perseguido por um jovem paciente. O sentimento de perseguição aumenta a cada dia e passa a ser vivido por outras pessoas ligadas ao médico. Misteriosamente, o paciente desaparece e, depois de alguns meses, é dado como morto.

A essa morte seguem-se outras, sem que se possa determinar quem está sendo perseguido e quem é o perseguidor. Tampouco é possível concluir com clareza se as pessoas morreram de morte natural ou se foram assassinadas. Em meio a essa trama, o delegado Espinosa tenta separar o que é real do que é fantasia, tendo como guia apenas a convicção de que a morte não é um delírio.

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