Conheci os melhores livros de Charles Bukowski já na época da faculdade de Jornalismo quando diversos de meus colegas de Universidade me recomendavam seus livros.
Com uma obra extensa, obscura e sempre trazendo temas sobre o alcoolismo, os livros de Bukowski continuam sendo polêmicos e não trazem uma leitura sem questionamentos.
O “Velho Safado” como é conhecido teve uma vida difícil. Nasceu na Alemanha e se mudou para a Califórnia em 1923 junto com seu pai abusivo. Sua infância foi marcada por essa relação conturbada e por seu excesso de espinhas que deixaram marcas em seu rosto e feridas emocionais.
Teve uma longa jornada de subempregos, inclusive numa agência de Correios dos EUA, sempre escrevendo poesias e contos sob o alter ego Henry Chinaski. Os temas mais comuns eram mulheres, alcoolismo, submundo… um meio terno entre os beatniks e o Gonzo.
A realidade impactante e dura de suas obras conquistou o mundo.
Tanto que a partir de meados da década de 60 ele recebe um convite de John Martin, dono da editora Black Sparrow Press e aos poucos vai ganhando os EUA com suas poesias e depois seus contos.
Confira abaixo os melhores livros de Charles Bukowski e conheça o mundo transgressor de Henry Chinaski.
- 1. Você fica tão sozinho às vezes que até faz sentido
- 2. O capitão saiu para o almoço e os marinheiros tomaram conta do navio
- 3. Escrever para não enlouquecer
- 4. Misto-quente
- 5. O amor é um cão dos diabos
- 6. Mulheres
- 7. Factótum
- 8. Sobre o amor e outras insanidades
- 9. Sobre gatos
- 10. Notas de um velho safado
1. Você fica tão sozinho às vezes que até faz sentido

O 1º lugar em nossa lista de melhores livros de Charles Bukowski é o livro Você fica tão sozinho às vezes que até faz sentido.
Cru, brutal, honesto Poetas desnudam-se. Desnudam suas tristezas, seus ideais, seus pensamentos sublimes. Mas poucos foram os poetas que se mostraram ao mundo como Charles Bukowski – que, mais do que “velho safado”, bêbado e jogador, escrevia destemidamente sobre o sujeito comum, repleto de defeitos. É o que você encontrará neste volume de poemas, publicado originalmente em 1986.
Estão aqui sua infância nem um pouco invejável, sua relação com as mulheres, com a bebida e o jogo, sua identificação com felinos, suas angústias existenciais, seus devaneios de escritor marginal e um je ne sais quoi que o conecta ao fracasso e à sordidez que habitam o ser humano. Este livro é capaz de fazer rir, chorar, dar esperança e aumentar o desdém pela humanidade. Onde quer que esteja na sua vida, leitor, algum poema ecoará em você.
2. O capitão saiu para o almoço e os marinheiros tomaram conta do navio

O 2º lugar em nossa lista de melhores livros de Charles Bukowski é o livro O capitão saiu para o almoço e os marinheiros tomaram conta do navio .
Publicado nos Estados Unidos quatro anos após a morte de Bukowski, em 1998, sob o título original de ‘Captain is out to lunch and the sailors have taken the ship’, esse livro é o último canto desesperado do ‘velho safado’. Contém trechos de seu diário de agosto de 1991 até fevereiro de 1993, selecionados por ele próprio dias antes de morrer, em 9 de março de 1994.
No texto são comentados alguns episódios frugais, como o hábito de apostar em corrida de cavalos, encontros com figuras marginais e desiludidas como ele próprio, mas a espinha dorsal de ‘O capitão saiu para o almoço e os marinheiros tomaram conta do navio’ são as cruas reflexões filosóficas sobre a vida, sobre a natureza e miséria humanas.
3. Escrever para não enlouquecer

O 3º lugar em nossa lista de melhores livros de Charles Bukowski é o livro Escrever para não enlouquecer.
Como Bukowski se tornou Bukowski Escrever para não enlouquecer é um livro único na obra de Charles Bukowski (1920-1994). Reunindo cartas redigidas e ilustradas por ele entre 1945 e 1993, não apenas revela as ideias e opiniões do autor sobre literatura e o ato de escrever, mas também oferece ao leitor a chance de conhecer os bastidores da vida de Bukowski contados por ele mesmo – da embriaguez da juventude errante até os anos maduros de fama.
Compiladas por Abel Debritto, biógrafo do autor que editou duas outras coletâneas temáticas, Sobre gatos e Sobre o amor, estas cartas são uma espécie de autobiografia não autorizada, leitura indispensável para qualquer fã.
4. Misto-quente

O 4º lugar em nossa lista de melhores livros de Charles Bukowski é o livro Misto-Quente.
Para Henry Chinaski -protagonista desta obra-, o que pode ser pior do que crescer nos Estados Unidos da recessão pós-1929 é ser pobre, de origem alemã, ter muitas espinhas, um pai autoritário beirando a psicopatia, uma mãe passiva e ignorante, nenhuma namorada e, pela frente, apenas a perspectiva de servir de mão de obra barata em um mundo cada vez menos propício às pessoas sensíveis e problemáticas.
5. O amor é um cão dos diabos

O 5º lugar em nossa lista de melhores livros de Charles Bukowski é o livro O amor é um cão dos diabos.
Como a prosa, cada poema de Bukowski corta como aço de navalha. Ele expõe as vísceras da realidade, revolve o cotidiano, e, de onde nem se pensa que sairá um poema, brotam versos de pura genialidade. Algo como um saxofone gemendo na noite fria. As ruas molhadas refletindo o brilho feérico do neon. Fantasmas da madrugada buscam um gole da bebida mais forte que encontrarem.
Bares fechando, a luz amarelada, o odor acre de suor misturado com álcool e muito tabaco. Poucos souberam, como Bukowski , arrancar versos de quartos sórdidos de hotel, becos imundos, mulheres de todas as formas, bocas vermelhas demais, madrugadas longas, solitárias. É o bepop dos marginalizados, dos perdedores, pensadores de sarjeta, filósofos encharcados de uísque vagabundo.
6. Mulheres

O 6º lugar em nossa lista de melhores livros de Charles Bukowski é o livro Mulheres.
Eu tinha cinquenta anos e há quatro não ia pra cama com nenhuma mulher. Este é Henry Chinaski, Hank, escritor, alcoólatra, amante de música clássica, alter ego de Charles Bukowski (1920-1994) e protagonista de Mulheres. Mas este não é um livro convencional – nem poderia ser, em se tratando de Bukowski – no qual um homem está à procura de seu verdadeiro amor.
Após um período de jejum sexual, sem desejar mulher alguma, Hank conhece Lydia – e April, Lilly, Dee Dee, Mindy, Hilda, Cassie, Sara, Valerie, não importa o nome que ela tenha. Hank entra na vida dessas mulheres, bagunça suas almas, rompe corações, as enlouquece, as faz sofrer. E no fim elas ainda o consideram um bom sujeito.
Publicado em 1978, Mulheres, o terceiro romance de Bukowski, é a essência de sua literatura – com o velho Chinaski, ele sintetiza a alma de todos aqueles que se sentem à margem. Escrevendo em prosa, Bukowski faz poesia com a dureza da vida e nos dá uma pista – a ficção é a vida melhorada .
7. Factótum

O 7º lugar em nossa lista de melhores livros de Charles Bukowski é o livro Factótum. Esse inclusive virou filme.
Durante a Segunda Guerra Mundial, Henry Chinaski é considerado ‘inapto para o serviço militar’ e não consegue entrar para o exército. Assim, enquanto os Estados Unidos se unem em torno da guerra e os homens alistados são vistos como heróis, Chinaski, sem emprego, sem profissão nem perspectiva, cruza o país, arranjando bicos e trampos, fazendo de tudo um pouco, na tentativa de subsistir com empregos que não se interponha entre ele e seu grande amor – escrever.
Em meio a tragos, perambulações por ruas marginais, tentativas de ser publicado, vivendo da mão para a boca, o autor iniciante Henry Chinaski come o pão que o diabo amassou.
8. Sobre o amor e outras insanidades

O 8º lugar em nossa lista de melhores livros de Charles Bukowski é o livro Sobre o amor e outras insanidades.
Esta coletânea traz poemas de Charles Bukowski sobre o amor, este inescapável sentimento que, sim, fulminou muitas vezes o coração empedernido do Velho Safado. Homem de emoções intensas (certa vez chamado por um editor de “um louco passional”), o poeta se debruçou sobre o sentimento amoroso em seu sentido amplo: paixão, sexo, desejo, amor paterno… As complicações e os prazeres do amor e suas ramificações são abordados de forma ora crua e rude, ora terna e sensível. Temos aqui um largo espectro: vemos todo o egoísmo, o narcisismo, a ironia, o mistério e a miséria desse sentimento eminentemente humano, seus momentos de alegria e, quem diria?, seu poder redentor.
Compilados por Abel Debritto, biógrafo do autor que editou duas outras coletâneas temáticas, Sobre gatos e Escrever para não enlouquecer, os versos livres revelam um Buk brilhante, divertido, brincalhão, metafísico, às vezes doce, ao refletir sobre sua filha, suas amantes, suas aventuras, seus amigos e seu trabalho. Eis Bukowski desnudo, no auge de sua ferocidade e vulnerabilidade, em poemas antológicos.”
9. Sobre gatos

O 9º lugar em nossa lista de melhores livros de Charles Bukowski é o livro Sobre gatos.
O gato é o belíssimo diabo Gatos são os animais mais admirados por Charles Bukowski, que chegou a ter vários deles ao mesmo tempo. Considerava-os professores, sábios e sobreviventes – como ele próprio. Esta coletânea é composta de textos inéditos sobre esses bichos misteriosos que tocaram a alma alquebrada do Velho Safado. Uma leitura crua, terna e divertida. Bukowski e gatos, duas paixões.
Charles Bukowski, o poeta da sarjeta e da ressaca, o romancista do desencanto do sonho americano, quem diria, tinha um fraco por bichanos peludos e ronronantes. Principalmente na velhice, tornou-se sentimental com os felinos, que considerava criaturas majestosas, potentes e inescrutáveis, seres sensíveis cujo olhar inquietante pode penetrar as profundezas da alma. Eram, para ele, forças únicas da natureza, emissários sutis da beleza e do amor.
Os felinos retratados por ele são muitas vezes ferozes e exigentes. Ele os mostra perseguindo uma presa, passeando sobre páginas datilografadas, acordando-o com unhadas e mordidas. Se o personagem Henry Chinaski era seu alter ego, os gatos são seu alter ego de quatro patas. Pois, ao discorrer sobre gatos – vagabundos, lutadores, caçadores e sobreviventes –, o Velho Safado fala, na verdade, sobre seu melhor assunto: ele próprio.
10. Notas de um velho safado

Notas de um velho safado tem lugar cativo em qualquer lista de melhores livros de Charles Bukowski e deixamos essa obra para fechar com chave de ouro.
Em ‘Notas de um velho safado’ a América tem uma cara de 50 anos, corpo de 18 e desfila de calcinha rosa claro e salto alto na madrugada corrosiva de Los Angeles. A América é um sapatão furioso com uma garra metálica no lugar da mão esquerda e não quer saber de transar com o Velho Safado. A América é uma deusa milionária com a qual ele se casa e da qual amargamente se separa. A América é uma prostituta, 150 quilos, um metro e meio de altura, que peida, uiva e destroça a cama quando goza.
A América é também estudantes e revolucionários proferindo discursos inflamados em parques ensolarados de São Francisco no final da década de 60. A América é Neal Cassady dirigindo alucinadamente pelas ruas de Los Angeles, pouco tempo antes de morrer de overdose sobre os trilhos de uma ferrovia mexicana. A América é Jack Kerouac e Bukowski poetando na Veneza californiana. ‘Notas de um velho safado’ forma um conjunto de histórias excepcionais saídas de uma vida violenta e depravada, horrível e santa.
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Crédito de imagem: Suzy Hazelwood