Em 2021, chegou ao Brasil o sucesso Os Cem Mil Reinos! A editora Galera Record trouxe este best-seller da autora norte-americana N. K. Jemisin e introduziu aos brasileiros um mundo tão irreal e alucinante, que você também precisa conhecer. Por isso, preparamos neste texto a ordem dos livros da Trilogia Legado para você ficar por dentro dessa saga única.
Jemisin segue um formato de narrativa extremamente envolvente e fluido. Hora você está apenas como espectador, testemunhando os acontecimentos, hora você sente como se a narrativa estivesse falando com você e te tornando parte da história.
A Trilogia Legado é uma fantasia adulta que apresenta um universo singular, com elementos únicos provenientes da mente maravilhosamente criativa de Jemisin. Um universo complexo, com tramas políticas eletrizantes, muito rico em cenários e personagens dúbios e deuses traiçoeiros.
Os deuses são uma parte muito importante da história, sendo que eles moldaram este mundo. Mas não só por eles, já que neste mundo criado por Jemisin, os seres divinos não são absolutos. Assim, a poderosa família Arameri habia e reina no “Céu”.
A família é devota ao Itempas, deus-sol, que lhes conferiu poder sobre aquele lugar, como também sobre os outros deuses, após uma guerra devastadora.
E o contexto que acompanhamos é marcado por uma grande tensão, diante de uma possível guerra iminente.
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1 – Os Cem Mil Reinos
Os Cem Mil Reinos é o primeiro volume na ordem dos livros da Trilogia Legado. Acompanhamos, então, a protagonista tão apaixonante e inspiradora chamada Yeine. A narrativa navega um pouco entre passado e presente para nos apresentar o universo e nos contextualizar.
A protagonista tem sangue real. Ela é ninguém menos que a neta afastada de Dekarta Arameri, o mais poderoso da família dos mais poderosos.
Yeine foi criada entre os “selvagens”, longe do “Céu”, e por isso nunca conheceu o palácio de sua família. Isso porque sua mãe abandonou a corte e seu legado para viver uma história de amor com seu pai, longe das intrigas e daquela toxicidade celestial.
Por ter vivido toda sua vida distante de seus parentes de sangue, foi uma grande surpresa para Yeine ao ser convocada para uma disputa familiar… para ser herdeira do mundo.
No entanto, deserdada e distante, a mãe de Yeine não a preparou para a vida no palácio, que não apenas abriga a família mais poderosa dos Cem Mil Reinos, mas também serve como prisão para deuses reais.
A trama se desdobra com Yeine descobrindo a complexidade de sua nova realidade, onde os corredores do palácio são habitados por deuses obrigados a atender os caprichos dos Arameri.
Em sua busca pelo trono, Yeine se depara com segredos, traições e a presença marcante de deuses. Entre eles tem destaque Nahadoth, também conhecido como o Senhor da Noite. Ele é o primeiro ser vivente do universo, e sua relação com Yeine acrescenta uma obscuridade palpitante à narrativa.
A fantasia de N. K. Jemisin se destaca pela originalidade, por ela ter conseguido apresentar algo tão diferente de tudo que a literatura já tenha visto e não apenas mais do mesmo. Sem contar que o enredo, conduzido pela trajetória de Yeine, é extremamente denso e cativante.
Este livro, termina com um desfecho próprio. Portanto, pode ser lido separadamente como uma obra independente. No entanto, os volumes seguintes vão te proporcionar mais algumas boas horas de leitura.
2 – Os Reinos Partidos
Depois do grande sucesso que foi Os Cem Mil Reinos, era natural que o segundo volume sofreria a pressão de uma expectativa muito alta por parte do público, o que, por muitas vezes, causa impactos negativos. No entanto, a autora supera muito bem as expectativas e entrega uma narrativa tão boa ou melhor que a primeira.
Em Os Reinos Partidos, segundo volume da Trilogia Legado de N. K. Jemisin, a trama se desenrola em um cenário completamente diferente do que se viu no primeiro livro, em um lugar diferente, com novo contexto e com novos personagens. Estamos em Sombra, uma cidade situada abaixo do “Céu”, onde deuses vivem entre os mortais.
A protagonista, Oree Shoth, é uma artista de rua cega que, entretanto, tem o cativante dom de enxergar a magia ao seu redor. Portanto, ela consegue ver os deuses, as deidades e qualquer outra coisa onde a magia se manifeste.
Com seu dom único, foi capaz de perceber a forte luz que emana de um misterioso homem de rua, a quem caridosamente ofereceu um teto. Ela passou a chamá-lo de Brilhante, pois brilhava como o Sol. Mal ela sabia que sua aproximação com aquele ser enigmático, lhe traria muitas complicações.
Enquanto passeamos pelas páginas e a trama começa a ganhar corpo, deuses vão sendo assassinados e profanados por toda a cidade de Sombra. Oree e seu peculiar hóspede tornam-se suspeitos principais desse intrigante mistério. E, certamente, eles ficam numa situação ainda mais obscura quando atraem a atenção da poderosa família Arameri e do temível deus Nahadoth, conhecido como Senhor da Noite.
3 – O Reino dos Deuses
O Reino dos Deuses, terceiro volume na ordem da trilogia Legado, encerra a saga de forma magnífica, centrando-se na complexa jornada do deus trapaceiro Sieh. Como um dos primeiros filhos dos deuses, Sieh ocupa uma posição singular na hierarquia divina, mantendo a aparência infantil apesar de sua antiga existência, o que é uma contradição perigosa, inclusive para si mesmo.
O fato de Sieh ser o deus da infância influencia muito em personalidade, mas também apresenta aspectos que foram moldados por séculos de vivências marcantes, como a morte de Enefa, a traição de Itempas e o sofrimento nas mãos dos Arameri.
O deus, finalmente conquistando a liberdade após dois mil anos, busca dar sentido à sua vida, mas uma centelha perversa e rancorosa mantém-se acesa em seu peito e, então, seu próximo passo é visitar seu antigo cativeiro, no “Céu”.
Lá, Sieh encontra Shahar e Dekarta, últimos descendentes dessa família outrora poderosa. A relação entre Sieh, Shahar e Dekarta se desenrola de maneira intensa, revelando nuances emocionais e dilemas morais.
Enquanto isso, o mundo enfrenta iminentes ameaças e uma nova guerra se aproxima, as alianças são testadas, e o destino pendura-se na balança entre amor e vingança. A narrativa habilmente explora temas como liberdade, redenção e o preço da paz.
A habilidade única de Sieh em manter uma aparência infantil influencia sua interação com os personagens, proporcionando momentos de leveza e, ao mesmo tempo, contrastando com a complexidade das questões abordadas. A trama, repleta de reviravoltas e revelações, culmina em um desfecho emocionante, onde o passado de Sieh se entrelaça com o destino do mundo.
O Reino dos Deuses é uma conclusão épica que une os pontos de toda a trilogia, oferecendo aos leitores uma experiência rica em mitologia, intrigas divinas e reflexões sobre o poder e a natureza da humanidade.
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