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Amêndoas, de Won-pyung Sohn [Resenha do Livro]

Neste texto, iremos fazer uma resenha de Amêndoas, de Won-pyung Sohn, para que você possa compreender melhor a obra. 

Amêndoas é um livro emocionante que explora a jornada de Yunjae, um jovem que nasceu com uma condição neurológica chamada alexitimia, que o impede de identificar e expressar sentimentos.  

Vencedor de prêmios literários como o Prêmio Changbi de Ficção para Jovens Adultos e o Prêmio Jeju 4.3 Peace Literary, o livro oferece uma visão cativante e comovente da jornada de um jovem em busca de conexão e compreensão emocional. Com 243 páginas, o livro foi publicado em português pela editora Rocco em 2023. 

O livro explora temas de perda, amizade e autodescoberta, enquanto Yunjae aprende a lidar com um mundo que ele não compreende completamente. Além disso, a narrativa possui uma grande originalidade, mergulhando nas complexidades da condição humana.

Espere encontrar nessa resenha:

  • Exploração da condição da alexitimia.
  • Comparação com Flores para Algernon.
  • História comovente e emocionante.

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Sinopse

O livro Amêndoas é uma obra da autora coreana Won-pyung Sohn que tem cativado leitores em todo o mundo, tornando-se popular especialmente entre os fãs de K-pop e seguidores do BTS. A história gira em torno de Yunjae, um jovem que nasce com alexitimia, uma condição neurológica que o impede de sentir emoções como alegria, tristeza ou medo.

Desde o nascimento, Yunjae é acompanhado por sua mãe, que tenta ajudá-lo a superar suas limitações, incluindo a administração de amêndoas na esperança de estimular as amígdalas do cérebro, que são responsáveis pela compreensão emocional. No entanto, aos 16 anos, uma tragédia acontece, deixando Yunjae sozinho no mundo e enfrentando os desafios da vida sem a capacidade de sentir emoções como os outros.

A narrativa se desenrola enquanto Yunjae tenta encontrar seu lugar no mundo e formar conexões com os outros, apesar de suas limitações emocionais. Ele encontra um amigo em Gon, um rapaz rebelde e amargurado, e juntos enfrentam desafios e resolvem conflitos.

Um dos aspectos mais curiosos do livro é a relação entre Yunjae e Gon, personagens que inicialmente parecem distantes e até opostos. Dessa forma, ao longo da narrativa, uma aproximação improvável se desenvolve entre eles. Apesar de suas diferenças, encontram uma espécie de conexão que vai além das palavras e das emoções convencionais. Essa relação complexa adiciona camadas significativas à história, desafiando as expectativas do leitor e enriquecendo a narrativa com sua dinâmica única.

Semelhanças Com Flores Para Algernon

Um aspecto bem interessante que é notável em Amêndoas é sua inevitável comparação com Flores Para Algernon. Isso é fácil de perceber já que as duas obras exploram a natureza da inteligência, consciência e emoção humana, especialmente através de personagens que sofrem de alguma forma de deficiência cognitiva ou emocional.

Tanto Flores para Algernon quanto Amêndoas questionam o que significa ser humano e como a inteligência, emoção e interação social afetam essa definição. As obras destacam a complexidade da experiência humana e os desafios enfrentados por aqueles que são considerados diferentes pela sociedade.

Mas o fato que mais aproxima as obras é que as duas obras são definidas pelo personagem contando a sua experiência, como se fosse uma carta ao leitor, ou um diário. Com elementos de tragédia e provocando reflexão sobre questões éticas, morais e existenciais, essas histórias levantam questões sobre o tratamento daqueles que são diferentes e as consequências do avanço científico sobre a natureza humana. 

Amêndoas x Amígdalas 

amêndoas

Um fato que com certeza não passará despercebido pelo leitor e é importante mencioná-lo nesta resenha de Amêndoas, é o próprio título do livro. Apesar de ter sido escrito em coreano, a autora parece ter-se utilizado de uma metáfora bem inteligente ao relacionar as Amígdalas do cérebro (responsáveis pelas emoções) com Amêndoas (aquela espécie de noz que todos gostamos) – que só faz sentido em inglês. 

No livro, a mãe de Yunjae lhe dá amêndoas para comer todos os dias para desenvolver as suas próprias amêndoas que ficam em seu cérebro. Em português essa analogia passa batida e deve ter sido um dos grande desafios para Yonghui Qio Pan (que traduziu o livro). 

Em inglês, tanto amêndoas quanto amígdalas se traduzem como “almonds”, fazendo com que o título do livro faça muito mais sentido. 

Análise do Livro

É fato que esse livro me surpreendeu um pouco. Eu cheguei nele com a expectativa da literatura de cura, achando que ele seria bem mais lento, mas vi que me enganei. Ele parece seguir a estética do segmento, mas não tanto a forma do conteúdo. 

Em geral, esse livro me prendeu bastante, inclusive com algumas cenas trágicas que eu, de fato, não previa. O fator negativo está para a conclusão do livro, em que temos duas cenas, uma com Dora e outra com Gon que me pareceram um pouco de forçação de barra. 

Dito isso, Amêndoas recebeu a nota 4/5 estrelas lá no Skoob. 

Classificação:

Conclusão

Concluímos essa resenha de Amêndoas ressaltando que este livro não apenas nos envolve com uma narrativa, mas também nos desafia a repensar nossa própria compreensão da empatia e da comunicação emocional. A relação entre Yunjae e Gon, caracterizada por sua complexidade e desenvolvimento gradual, adiciona uma camada de profundidade à história, destacando a beleza e a importância das conexões humanas inesperadas.

Ao longo da leitura, somos confrontados com questões éticas e morais que nos fazem refletir sobre o tratamento dado aos indivíduos considerados diferentes pela sociedade. A metáfora inteligente por trás do título do livro, relacionando as “amêndoas” do cérebro com as “amêndoas” que Yunjae consome, adiciona um elemento de profundidade à obra, convidando-nos a explorar as complexidades da mente humana.

Embora alguns aspectos da narrativa possam não ter atendido às minhas expectativas, Amêndoas continua sendo uma obra que merece ser apreciada por sua originalidade, sensibilidade e capacidade de nos fazer questionar e reavaliar nossas próprias experiências emocionais. Em última análise, é uma história que nos lembra da importância da compaixão, da aceitação e do poder transformador da conexão humana.

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