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Resenha: A Grande Caçada (Robert Jordan) – A Roda do Tempo (2)

O universo épico de A Roda do Tempo continua a se expandir nesse segundo volume, intitulado A Grande Caçada. Essa obra proporciona aos leitores uma imersão profunda em um mundo ricamente detalhado, onde a magia, a política e os destinos entrelaçados de personagens cativantes se misturam em uma trama envolvente. Neste texto, vamos fazer uma resenha de A Grande Caçada para melhor compreensão da obra!

No mundo de Robert Jordan, existe uma profecia que fala sobre a Trombeta de Valere e sua relação com a Batalha Final contra as forças do Tenebroso (ou Sombra). A Trombeta é um dos Sete Selos que mantêm a Prisão do Tenebroso fechada, e a profecia sugere que ela será tocada quando o mundo enfrentar sua maior crise.

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Enredo

No livro A Grande Caçada, a Trombeta de Valere é roubada por um dos vilões, Padan Fain, que pretende usar seu poder para seus próprios fins nefastos. A busca pela Trombeta e a tentativa de recuperá-la tornam-se um elemento central da trama. A busca por ela é uma espécie de caçada épica, daí o título do livro, “O Grande Caçada”.

No decorrer do livro, os protagonistas, liderados por Rand al’Thor e seus amigos, enfrentam desafios, inimigos e intrigas enquanto tentam recuperar a Trombeta de Valere das mãos do vilão. A busca pela Trombeta também os leva a confrontar as forças das Trevas e a descobrir mais sobre o conflito iminente entre o bem e o mal.

Assim, a “Grande Caçada pela Trombeta” é um evento-chave na série de livros de A Roda do Tempo, repleto de ação, drama e simbolismo, que contribui para a evolução da trama e o desenvolvimento dos personagens.

Relembrando o Primeiro Livro

Em A Roda do Tempo – O Olho do Mundo, os eventos finais colocaram nossos personagens em Fal Dara (no reino de Shienar), lá perto da Praga, logo após a batalha contra o Tenebroso.

Ao término do primeiro livro, somos surpreendidos com a revelação impactante da verdadeira identidade do Dragão Renascido, Rand Al’Thor, e a aparente derrota do Tenebroso.

No entanto, a narrativa de “A Grande Caçada” nos instiga a questionar a veracidade destes eventos. Moiraine Sedai, uma figura enigmática, nos deixa com dúvidas: estaria ela manipulando Rand em sua busca por poder? Esta intriga é um elemento fascinante que mantém os leitores imersos na trama.

Note: O próprio Rand está relutante em aceitar o seu papel nessa trama. Ent esse é o ponto de partida em que começamos a nossa Resenha de A Grande Caçada.

O Roubo da Trombeta

Tudo muda quando a Trombeta de Valere, que também estava ali em Fal Dara, é roubada por ninguém mais, ninguém menos que Padan Fain. Um detalhe importante é que ele tinha sido preso por Moiraine no fim do último livro.

O problema de ela ter sido roubada é que há uma profecia que indica que, quando tocada, seria capaz de trazer de volta heróis do passado para lutarem a última batalha quando o mundo enfrentar a sua maior crise. No entanto, Padan Fain planejava usá-la para seus próprios interesses.

Além da trombeta, ele também rouba a adaga de Shadar Logoth que Mat carregava. Todos lembramos que essa adaga precisava ser levada para Tar Valon junto com Mat para livrá-lo de vez da maldição que habitava o seu corpo.

Assim, é esse roubo da adaga que obriga Rand al’Thor a embarcar junto com os shienarianos na busca da Trombeta. 

Os Conflitos Internos de Rand al’Thor

É importante destacar que o Rand está bem relutante em aceitar o fato de que ele, de fato, seja o Dragão Renascido. Por diversas vezes ele não acredita nisso. Ao contrário, ele acha que está sendo manipulado por Moiraine Sedai e por outras vezes ele quer negar que é o Dragão, porque dessa forma quem sabe ele não enlouqueceria…

Então, a princípio, Rand queria fugir dali, não queria se envolver em nada daquilo. Ele queria distância da Grande Caçada. Mas fato é que, por causa do roubo da adaga, ele tem que se juntar à Grande Caçada que quer recuperar a Trombeta. Afinal, ele precisa recuperar a adaga para salvar Mat. 

O Jogo de Poder e a Caçada Implacável

A narrativa se desenvolve com maestria, à medida que Rand, Perrin, Mat e Loial partem de Fal Dara perseguindo os Trollocs e Padan Fain em direção a Cairhien. Nessa jornada eles são liderados pelo cavalheiro Ingtar e pelo farejador Húrin – o qual é capaz de sentir o cheiro de eventos de maldade e, portanto, consegue guiar nossos personagens. 

Um dos elementos mais intrigantes do enredo é o intricado jogo de poder conhecido como Daes Dae’mar, que ocorre, justamente, na cidade de Cairhien.

Desenvolvimento de Personagens e Facções das Aes Sedai

Tal qual no primeiro livro, a gente tem a separação dos nossos personagens. 

Enquanto ocorre a busca pela Trombeta, Nynaeve e Egwene vão para a Torre Branca para iniciar os seus treinamentos como Aes Sedai. Lá encontram personagens importantes do livro anterior: a princesa de Caemlyn, Elayne, e Min.

Rand Al’Thor, o protagonista relutante e sobrecarregado por seu destino, continua sua jornada de autodescoberta.

Moiraine Sedai e Lan Mandragoran, não tão centrais neste livro, também têm momentos significativos de desenvolvimento, revelando camadas mais profundas de suas personalidades complexas.

Além disso, a obra explora detalhes fascinantes das diferentes Ajahs das Aes Sedai, um grupo de mulheres capazes de canalizar a magia. A intriga política entre essas facções se torna um aspecto fundamental, proporcionando insights reveladores sobre suas filosofias distintas e motivações conflitantes. Esta exploração contribui para a riqueza do mundo meticulosamente construído por Jordan, adicionando complexidade e autenticidade à sociedade retratada.

Guerra Civil

Quero ressaltar algo nesta resenha de A Grande Caçada: as últimas 100 páginas colocam a busca pela Trombeta no meio de uma guerra civil que passa a acontecer no continente. Ela tem início quando um povo invasor chamado Seanchan, que vem de outro local à oeste do continente principal, chega ao porto de Falme e começa a guerrear com esse reino e também com reinos vizinhos.

Esse povo é responsável por um dos elementos mais sádicos que eu já vi em obras de fantasia que são as Damane – em vez de Aes Sedai, que são as canalizadoras de magia tradicionais. Nessa história, os Seanchan capturam mulheres com a habilidade de canalizar, chamadas de “Damane”, e as usam como arma de guerra escravizadas.

Conflito e Batalhas Épicas

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A busca pela Trombeta de Valere e a Adaga de Shadar Logoth desencadeia uma série de eventos intensos que culminam em uma batalha de proporções épicas. A guerra civil desencadeada pela chegada dos Seanchan, um povo invasor com suas próprias práticas obscuras, adiciona uma dose de urgência e tensão à narrativa.

Quando a batalha final finalmente se desenrola, o leitor é imerso em uma sequência arrebatadora de eventos. As diferentes facções que foram introduzidas ao longo da trama convergem, trazendo consigo suas motivações, poderes e influências. As Damane, os Trollocs, as Aes Sedai e os Seanchan entram em choque, com o destino do mundo na balança. Essa batalha não é apenas uma colisão de forças físicas, mas uma luta de crenças, estratégias e anseios.

A presença da Trombeta de Valere acrescenta uma dimensão transcendental à batalha. A promessa de trazer heróis lendários do passado para lutar ao lado dos protagonistas confere um senso de unidade e propósito à luta. Os leitores se encontram torcendo não apenas pelos personagens principais, mas também pela realização da profecia. O desenrolar dessa cena épica é uma montanha-russa emocional, repleta de reviravoltas, sacrifícios e momentos de puro êxtase.

Batalha Final

É aqui que Robert Jordan demonstra sua maestria em criar uma atmosfera intensa. O choque de espadas, os relâmpagos da canalização de magia, os rugidos dos Trollocs e a coragem dos protagonistas se fundem em uma dança frenética de ação e tensão. A batalha final não é apenas um clímax narrativo; é uma evocação emocional que prende os leitores em um vórtice de emoções intensas.

Em última análise, a cena épica da batalha final é o ápice da narrativa de A Grande Caçada. Ela encapsula todos os elementos que tornam a série “A Roda do Tempo” tão cativante. Ou seja, aqui vemos um mundo intricado e ricamente construído, personagens complexos e em desenvolvimento, conflitos internos e externos, magia, profecias e, acima de tudo, a jornada épica em busca da verdade e do destino.

Conclusão da Resenha de A Grande Caçada

A Grande Caçada representa uma evolução admirável na narrativa da série. Robert Jordan exibe um amadurecimento evidente em sua abordagem, mergulhando mais profundamente em questões emocionais e políticas, enquanto amplia os horizontes deste mundo rico. A interseção habilidosa entre elementos místicos e políticos mantém os leitores completamente absorvidos. Além disso, a narrativa oscila com sucesso entre momentos de intensidade emocional e sequências eletrizantes de ação.

No que diz respeito ao desenvolvimento dos personagens, embora alguns personagens secundários, como Mat e Perrin, possam parecer ligeiramente menos proeminentes neste volume, o foco intenso em Rand e sua jornada de autodescoberta justifica essa escolha narrativa. A culminação épica e cheia de ação, aliada às complexidades políticas, contribui para um desfecho impressionante que deixa os leitores ansiosos pelas próximas etapas da série.

Concluo a resenha de A Grande Caçada ressaltando que esta obra merece uma nota sólida de 4/5. A habilidade de Robert Jordan em entrelaçar uma trama tão complexa e envolvente merece destaque. Se você aprecia narrativas épicas repletas de um mundo detalhado, personagens cativantes e reviravoltas emocionantes, esta leitura é para você.

Avaliação:

  • Título: A grande caçada: Série A Roda do Tempo vol. 2
  • Autor: Robert Jordan
  • Tradução: Fábio Fernandes e Julia Henriques
  • Editora: Intrínseca
  • Data da publicação: 30 maio 2014
  • Número de páginas: 973 páginas

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