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Um Banquete Para Hitler, de V.S. Alexander (Resenha)

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Um Banquete Para Hitler é um livro escrito e publicado por V.S. Alexander em janeiro de 2018, tendo por característica ser um romance puramente ficcional baseado em fatos reais que conta a história de Magda Ritter, uma jovem alemã que vivia uma vida tranquila até seu pesadelo começar – quando é selecionada para trabalhar para o ditador em pessoa. Este texto será dedicado a fazer uma resenha de Um Banquete Para Hitler. 

Apesar das belas paisagens e proteções reforçadas da suntuosa construção edificada no cume da montanha Kehlsteineu (denominada Ninho da Águia, o verdadeiro lar de Hitler) e até mesmo do bunker que passaram a viver após as mais importantes investidas inimigas, o trabalho dessa jovem moça era tão arriscado quanto o de qualquer soldado que lutava na prolongada guerra que se estendia lá fora. 

O motivo disto é que Ritter era uma das 15 garotas designadas a provar a comida do líder nazista diariamente, e que nas três refeições diárias, temia ser envenenada a qualquer momento. O fato é que na realidade, Hitler era extremamente obcecado com a ideia de ser envenenado por seus inimigos, mesmo dentro de suas instalações completamente protegidas.

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Questões Levantadas Por Um Banquete Para Hitler 

Muitas questões envolvem esse livro de maneira a envolver o leitor ainda mais dentro dessa trama. Em quem se deve confiar? Como reagir em momentos em que qualquer emoção pode fazer uma bala ser disparada? Como entender que a morte está mais próxima do que se imagina? Como lidar com a perda? Como conviver em paz sabendo que muitas vidas estão sendo tiradas injustamente? Quem são os amigos que fazemos no caminho? Como amar em tempos tão difíceis onde o amor está em falta? E o mais importante: quem matou Adolf Hitler afinal de contas? Realmente foi ele mesmo? Ou será que outra pessoa o auxiliou até mesmo nesse último momento de sua asquerosa vida? 

Todas as histórias descrevem a mesma situação, onde o ditador alemão acaba com tudo com apenas uma bala dentro de seu oculto bunker em Berlim. Sendo esse o tiro mais importante da história de toda a humanidade. Mas será que foi de fato assim que as coisas aconteceram e se desenrolaram no dia 30 de abril de 1945? Magda Ritter estava lá e assistiu a tudo. A provadora do homem mais perverso que já pisou na terra estava presente no momento de sua gloriosa morte.

A História de Magda

A princípio Magda era apenas uma jovem alemã despreocupada com a guerra e a política, filha de um trabalhador industrial e de uma mãe inteiramente devotada ao Führer. Porém, com os perigos crescentes de onde morava, ela foi enviada para a casa de seus tios. Willy, um policial apaixonado e sua também devota esposa que acreditava plenamente no “salvador da Alemanha”.

Ao chegar à casa dos tios, ainda um pouco desacostumada, ela se vê obrigada a encontrar um emprego e, sendo sobrinha de um respeitado militar, não tem nenhuma dificuldade em encontrar um lugar em meio aos empregados pessoais do tão respeitado Hitler.

Magda se envolve romanticamente com o Capitão Karl Weber, um dos soldados da SS e guarda de elite que conquistará o coração de Magda e será o dono de seus suspiros apaixonados. O amor deixará à prova tudo o que sentem um pelo outro e atravessará as barreiras que a guerra colocará entre eles. O melhor amigo desse soldado, também guarda de elite do partido nazista e sua namorada, amiga da provadora serão os pilares que a sustentarão durante todo o processo de integração ao seu novo “emprego”. 

Porém, estando pouco tempo instalada lá, ela passa a descobrir as atrocidades cometidas a mando de Hitler antes e durante a Segunda Guerra Mundial, e sente sede de vingança. Então após enxergar quem ela estava defendendo ao provar as refeições diárias, Ritter então passa a planejar um atentado contra Hitler, se aproximando ainda mais dele enquanto finge ser uma fiel seguidora que acredita em todos os planos bárbaros que expõe.

Hitler, por sua vez, enxerga Magda como uma jovem encantadora, convidando-a o tempo todo para passeios e chás com seu companheiro Karl Weber, um ótimo e fiel soldado ao ver do líder. No entanto, ele não percebe que seus empregados pessoais apenas desejam matá-lo no momento mais oportuno.

Nessa história, a jovem Ritter provou mais de uma vez ser uma personagem infinitamente forte para sua época e demonstrou-se destemida ao arriscar sua vida mais do que fazia diariamente.  O romance central também é desenvolvido ao ponto de fazer um leitor torcer pelo casal, o que torna a história ainda mais bonita.

Personagens Secundários

Além dos amigos de Magda, outra personagem brilhante criada por Alexander, definitivamente é Cook, chefe da equipe de cozinheiros e provadoras, uma mulher desconfiada e grosseira, mas que ao laços e intimidade é leal e carinhosa, tratando as meninas como se fosse a própria mãe de cada uma delas, mesmo com suas palavras cortantes de sempre. No entanto, é fácil um leitor se identificar com personagens como esses em um primeiro contato, uma vez que é praticamente impossível não se apegar a pessoas tão humanas e com falhas. O desenvolvimento deles ao longo da narrativa é tão marcante que eles chegam a se tornar cativantes em todos os sentidos.

Mesmo sendo uma obra ficcional, muitos acontecimentos reais estão inseridos nas páginas deste livro. Houveram de fato provadoras oficiais que arriscaram a sua vida todos os dias em prol da existência de um assassino insensível. Magda Ritter realmente existiu e foi uma das principais provadoras do ditador alemão, chegando até a conhecê-lo durante o tempo em que trabalhou para ele. Seu verdadeiro nome? Margot Woelk. Porém o desenrolar de sua vida pessoal não é nada parecida com a do livro, que chega a ser mais sinistra que qualquer outra coisa. Precisa-se de um pouco de estômago para aguentar certas partes dessa narrativa avassaladora de Alexander. Decerto se sentirá embrulhado.

Muitos outros fatos foram citados durante a história e que a acrescentaram de tal modo a torná-la praticamente real na visão de um leitor. Fatos esses como os ataques contra Hitler, suas incontáveis doenças (crises gástricas, lesões na pele, mal de Parkinson e mudanças bruscas de humor, sintomas da sífilis que contraiu em Viena antes da Primeira Guerra Mundial), além de sua companheira de longa data e esposa por 40 horas (Eva Anna Paula Braun, tornada Hitler um pouco antes de sua morte após a ingestão do comprimido de cianeto) e Blondi, que foi uma cadela da raça pastor-alemão pertencente ao nazista – que tinha grande afeto por parte de Hitler. Um traço de sua personalidade que de certa forma é inteiramente oposta do que ele era. Adolf certamente adorava sua cadela, o que faz um estudioso refletir sobre o porquê de ele ter um lado tão “humano” quando se tratava do bem-estar de sua companheira de quatro patas.

O Medo Mesmo Estando Longe do Front

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Além disso, a história é contada em um ponto de vista completamente oposto ao da guerra. Um ponto de vista tão brutal quanto o que estamos acostumados a ver, ler e ouvir. Entretanto, mesmo sendo uma rotina longe dos fronts, a aflição era inevitável para quem se encontrava perto do ditador. Onde não se podia fazer nada a não ser esperar por novas notícias e fofocarem exasperadamente às escondidas sobre as novidades nos corredores de uma casa ou de um bunker claustrofóbico com o medo constante por suas vidas que poderiam estar por um fio. 

No entanto, nesse lado da história, não vemos muito a presença da guerra que é apenas citada durante a descrição, também não é citado a presença de soldados lutando por suas vidas e/ou por sua pátria ou até mesmo a decadência da localidade onde normalmente deveriam ficar “faça chuva ou faça sol”.

Conclusão da Resenha de Um Banquete Para Hitler

Concluímos esta resenha de Um Banquete Para Hitler ressaltando que a obra de 300 páginas de Alexander é uma leitura obrigatória para quem gosta de livros desse gênero, principalmente ao ser trazido outro ponto de vista, acrescido a toda a ficção elaborada por cima dessa temática super interessante de ser estudada. 

Dá para se perceber o quão bem pesquisado foi cada assunto para ser inserido corretamente dentro da narrativa. E apesar dos momentos de aflição e desespero que esse livro proporciona acerca da vida dessa adorável jovem, é irresistível como seu caminho – apesar de penoso – toma uma guinada definitivamente diferente e relativamente satisfatória no final. 

Mesmo que você, leitor, (assim como eu) sinta aquele peso estranho no coração quando virar a última página e ver que tudo aquilo terminou. Você se sente muito mal e feliz ao mesmo tempo quando entende que tudo deu certo no final, mas ao mesmo tempo sente uma sensação de imenso alívio porque tudo aquilo finalmente acabou. Mas a que preço? A guerra é assim, mesmo que você não esteja inteiramente presente nela, de qualquer forma as consequências virão firmes e esmagadoras. As pessoas sofreram e ainda sofrem pelas guerras alheias e pouco se pode fazer para mudar isso. Seu mundo vai mudar mesmo que não queira. Todavia, prepare-se para o incontável número de plots que o autor preparou para tornar esse livro tão humano quanto já é naturalmente.

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