melhores livros de Mia Couto

Melhores Livros de Mia Couto: 8 Obras Indispensáveis!

Neste artigo você vai conhecer os 8 melhores livros de Mia Couto. O renomado escritor moçambicano, é uma figura proeminente na literatura contemporânea africana. Nascido em 1955, em Beira, Moçambique, Couto é conhecido por sua prosa poética e habilidade única em retratar as complexidades da vida em seu país natal. Sua obra reflete não apenas suas próprias experiências e observações, mas também uma profunda compreensão das tradições culturais e históricas de Moçambique.

Couto é frequentemente comparado ao célebre autor brasileiro Guimarães Rosa, uma influência evidente em sua escrita. Assim como Rosa, Couto valoriza a oralidade, incorporando-a em suas narrativas de maneira magistral. Essa admiração por Guimarães Rosa é perceptível não apenas em seu estilo, mas também em sua habilidade de criar universos ficcionais vibrantes, ricos em simbolismo e imaginação.

➜ Caso esteja gostando de conhecer mais sobre Mia Couto, também convido para se inscrever nas nossas redes sociais, Canal do Youtube, Instagram e Canal do Telegram, para acompanhar textos como esse em primeira mão.

1 – Terra Sonâmbula

terra sonambula mia couto

Este é um dos best-sellers mais populares do autor, como também é o seu primeiro romance. Portanto, não poderia deixar de estar em primeiro lugar na nossa lista de melhores livros de Mia Couto. O livro traz um cenário triste e caótico, tendo como palco o Moçambique do pós-independência, onde uma guerra civil cruel assola as pessoas. 

Acompanhamos o menino Muidinga e o velho Tuahir, que encontraram abrigo em um ônibus incendiado e cheio de cadáveres. Os dois empreendem uma viagem mítica em meio àquele cenário terrível.

Além dos corpos dentro do ônibus, há também um corpo à beira da estrada, e ao seu lado está uma mala que comporta os “cadernos de Kindzu”. A partir disso, duas histórias são contadas paralelamente: a jornada de Muidinga e Tuahir e a trajetória de Kindzu à procura dos naparamas.

2 – Um Rio Chamado Tempo, Uma Casa Chamada Terra

um rio chamado tempo mia couto

Marianinho retornou a Luar-do-Chão, sua terra natal, não para reviver o passado, mas para enfrentar uma jornada de autodescoberta. Designado para liderar os rituais fúnebres de seu avô, Mariano, de quem herdou o nome e era o neto preferido, ele se viu como um estranho entre sua própria família e comunidade. Os hábitos adquiridos na cidade o tornaram um estrangeiro em sua própria cultura.

Nesse regresso à ilha, Marianinho percebeu que estava diante de uma oportunidade de renascimento. Segredos e intrigas familiares envolvendo seu pai, Fulano Malta, sua avó Dulcineusa, e tios como Abstinêncio, Ultímio e Admirança, bem como o mistério em torno da morte de sua mãe, Mariavilhosa, começaram a emergir.

A morte do avô, Mariano, revelou-se incompleta, deixando um vazio misterioso. Este momento crucial representou não apenas uma transição para Marianinho, mas também para Luar-do-Chão, mergulhado em abandono e decadência.

3 – O Fio das Missangas

o fio das missangas

A missanga é visível, mas o fio que a une é invisível, assim como a voz poética é um silêncio costurando o tempo. Cada uma das 29 histórias de ‘O fio das missangas’ reflete a singularidade poética de Mia Couto, explorando a vida em Moçambique com uma linguagem simples, porém profunda.

Os contos concentram-se na contemplação de situações e personagens, muitas vezes femininos, com significados implícitos. Os neologismos do autor não são apenas experimentações formais, mas chaves de interpretação.

A obra se preocupa em dar voz às mulheres, condenadas culturalmente à serem silenciadas, sendo, por vezes, equiparadas a objetos descartados, refletindo sua condição de esquecimento.

4 – O Mapeador de Ausências

O Mapeador de Ausências mia couto

Entre os melhores livros de Mia Couto, está O Mapeador de Ausências. O autor cria este romance a partir de memórias profundas de sua infância, de seus familiares, principalmente de seu próprio pai.

Diogo Santiago, um renomado intelectual de Moçambique, é reconhecido por seu prestígio como professor universitário em Maputo e como poeta. Ele retorna à sua cidade natal, a Beira, pela primeira vez em anos, pouco antes da devastação causada pelo ciclone de 2019, para receber uma homenagem.

No entanto, o regresso à Beira também significa reencontrar um passado distante, relembrando sua infância e juventude durante os tempos em que Moçambique ainda estava sob domínio colonial português. Ele era um menino branco, filho de um jornalista e poeta, e sua mãe era pragmática e realista. 

Santiago relembra as viagens que fez com seu pai para locais marcados por terríveis massacres cometidos pela tropa colonial, bem como as experiências de perseguição e prisão pela polícia política, a Pide, tudo isso permeado pelo amor de seu pai pela poesia. Em meio a encontros com vivos e evocações dos mortos, Santiago revisita os personagens que moldaram sua trajetória.

5 – Antes de Nascer o Mundo

Antes de Nascer o Mundo

Em um lugar praticamente desabitado chamado Jesusalém, isolado nas vastas planícies de Moçambique, cinco almas solitárias vivem à margem da sociedade e do mundo exterior. Silvestre e seus dois filhos, Mwanito e Ntunzi, junto com o Tio Aproximado e o fiel serviçal Zacaria, levam uma existência precária. O passado é uma sombra opressiva, centrada na figura enigmática da mãe, falecida em circunstâncias misteriosas, enquanto o futuro parece desprovido de esperança.

Silvestre insiste para seus filhos e para Zacaria que o mundo está condenado e que as mulheres – qualquer mulher – são a ruína dos homens. No entanto, ele acredita firmemente que um dia os verdadeiros donos da terra retornarão para reivindicar Jesusalém. E não apenas isso: a chegada de uma bela mulher está destinada a sacudir a monotonia das vidas solitárias desses homens.

6 – A Confissão da Leoa

A Confissão da Leoa entra na lista dos melhores livros de Mia Couto, pois traz uma história complexa e reflexiva a partir de um evento vivenciado pelo autor. Em 2008, quando o autor participava de uma expedição ao norte de Moçambique, começaram a acontecer ataques de leões na região, o que serviu de inspiração…

Uma aldeia remota em Moçambique se vê assolada por ataques fatais de leões vindos das vastas savanas. O alarme chega até a capital do país, levando o experiente caçador Arcanjo Baleiro a ser despachado para a região. Contudo, ao chegar lá, ele se vê envolvido em uma intrincada rede de relações complexas e enigmáticas, onde fatos, lendas e mitos se entrelaçam.

Mariamar, uma moradora da aldeia em constante desacordo com sua família e vizinhos, desenvolve suas próprias teorias sobre a origem e a natureza dos ataques dos animais selvagens. Sua irmã, Silência, foi a vítima mais recente. A narrativa do livro se desenrola de forma alternada, com capítulos narrados em primeira pessoa por Arcanjo e Mariamar. Ao longo das páginas, os leitores descobrem que eles já tiveram um encontro marcante muitos anos antes, quando Mariamar era apenas uma adolescente e o caçador visitava a aldeia.

7 – A Menina Sem Palavra

a menina sem palavra

Esta coleção de dezessete contos apresenta uma jornada única pelo mundo infantil em Moçambique, traçada ao longo das diferentes fases da carreira do renomado escritor Mia Couto. Longe dos estereótipos de violência e miséria geralmente associados à África, estas narrativas revelam uma delicadeza raramente explorada nos relatos convencionais.

Abordando temas como as complexidades das relações familiares, a orfandade em meio a um contexto de guerra prolongada, a dura realidade do trabalho infantil e os resquícios do processo de independência, os contos de Couto mergulham nas profundezas da experiência humana.

Reconhecido por sua sensibilidade e habilidade em capturar a essência da vida, Couto tece suas histórias com uma linguagem profundamente influenciada pela tradição oral, ecoando o estilo poético de Guimarães Rosa.

Em meio a essas narrativas, emergem elementos do fantástico e do religioso, adicionando camadas de significado e complexidade às histórias emocionantes deste livro.

8 – Mulheres de Cinza

O romance histórico Mulheres de Cinzas, primeiro livro da trilogia As Areias do Imperador, transporta os leitores para o sul de Moçambique, durante o final do século XIX, período em que Ngungunyane, o último líder do Estado de Gaza, desafia o domínio colonial português.

O sargento português Germano de Melo é enviado a Nkokolani para enfrentar o imperador, encontrando em Imani, uma jovem de quinze anos, sua intérprete. Imani, pertencente à tribo dos VaChopi, confronta os desafios impostos pela invasão de Ngungunyane, enquanto sua família se divide entre apoiar Portugal e juntar-se ao exército do imperador africano.

Em meio ao conflito, o relacionamento entre Germano e Imani floresce, transcendendo as diferenças de seus mundos. Contudo, em um país marcado pela guerra e pelo domínio masculino, Imani entende que sua única salvação é permanecer nas sombras, como se fosse feita de cinzas. 

Mia Couto entrelaça a prosa lírica característica com uma minuciosa pesquisa histórica, narrando a história tanto da perspectiva da jovem africana quanto por meio das cartas escritas pelo sargento português. 

Gostou de conhecer os livros de Mia Couto? Ficou curioso com alguma obra em especial? Comente abaixo e não se esquece de marcar @osmelhoreslivros no Instagram caso você leia alguma recomendação do blog!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *