alice no país das maravilhas resumo

Alice no País das Maravilhas – Lewis Carrol (Resenha)

Ao mergulhar nas páginas de Alice no País das Maravilhas, a sensação é a de ser levado por um redemoinho de imagens, jogos de linguagem e situações que beiram o absurdo. É uma daquelas leituras que nos faz lembrar da infância, mas que também provoca reflexões adultas sobre identidade, lógica e percepção. Se eu tivesse que resumir este clássico de Lewis Carroll em uma única palavra, seria lúdico.

Publicada originalmente em 1865, a obra acompanha Alice, uma menina curiosa que, ao seguir um coelho apressado, cai em uma toca e entra em um mundo fantástico. Lá, ela encontra criaturas excêntricas como a Lagarta Azul, o Chapeleiro Maluco, a Rainha de Copas e o Gato de Cheshire. A narrativa não segue uma estrutura convencional: não há um objetivo claro, tampouco uma moral explícita. Em vez disso, somos conduzidos por episódios desconexos que, juntos, formam um caleidoscópio de significados, originando um dos maiores clássicos da literatura infantil.

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Um enredo caótico — e encantador

A história começa quando Alice, entediada em um piquenique, vê um coelho branco com um relógio correndo e falando sozinho. Ao segui-lo, ela cai em um buraco e inicia sua jornada pelo País das Maravilhas, um lugar onde crescer ou encolher pode depender de um gole ou de uma mordida, e onde o tempo pode estar preso em uma hora do chá eterna.

Cada capítulo traz novos personagens e pequenas aventuras surreais, como o julgamento absurdo no final da história, onde a lógica parece inexistente. É justamente essa falta de coerência tradicional que dá charme à narrativa: ela se assemelha a um sonho — ou a um jogo — onde tudo é possível e onde o nonsense impera com graça.

Um livro que transforma a lógica em brincadeira

alice no país das maravilhas

Nesta resenha de Alice no País das Maravilhas, é impossível não destacar o modo como Lewis Carroll, que era matemático de formação, se diverte subvertendo a lógica. O diálogo com a Lebre de Março ou os paradoxos do Chapeleiro Maluco são exemplos de como a obra transforma ideias complexas em cenas hilárias e provocativas.

Para o leitor, esse jogo com a razão não é apenas divertido, mas também instigante. Carroll nos força a abandonar a expectativa de sentido tradicional para aceitar um novo tipo de raciocínio: o da brincadeira. O absurdo, nesse contexto, não é um erro, mas o próprio combustível da narrativa.

Uma linguagem que convida à imaginação

Outro ponto alto desta resenha de Alice no País das Maravilhas é a maneira como o autor brinca com a linguagem. Carroll inventa palavras, faz trocadilhos e utiliza poemas nonsense para enriquecer a experiência literária. Essa escolha estética transforma a leitura em uma experiência sonora, quase musical.

Mesmo nas traduções, é possível sentir essa musicalidade, embora alguns trocadilhos se percam. Ainda assim, o espírito da obra permanece intacto: cada frase parece construída para surpreender, provocar ou encantar — como se o próprio texto estivesse rindo de nós.

Alice: símbolo da curiosidade e da transição

Alice é uma das protagonistas mais icônicas da literatura. Sua curiosidade é o que a move, e sua jornada é, em certa medida, uma metáfora do crescimento e das transformações da infância para a vida adulta. Ao longo do livro, ela enfrenta situações que testam sua paciência, lógica e até mesmo sua identidade, literalmente colocada à prova quando ela muda de tamanho várias vezes.

Essa transição constante nos leva a refletir sobre como crescemos, como nos percebemos e como lidamos com o desconhecido. A personagem é ao mesmo tempo passiva e questionadora, obediente e rebelde — uma representação contraditória, como tudo no País das Maravilhas.

alice

Por que esse é um dos livros mais lúdicos já escritos

A essência do livro é o lúdico. Alice no País das Maravilhas não apenas conta uma história: ele propõe uma experiência. A cada página, somos convidados a abandonar a lógica formal e mergulhar em um mundo de imaginação radical. Não há regras fixas, não há moral clara — só a liberdade de sonhar, explorar e rir do absurdo.

Essa característica torna a obra atemporal e universal. É um livro para crianças, mas também para adultos que ainda conseguem se surpreender. Ler Alice é aceitar brincar com ideias, conceitos e expectativas, algo cada vez mais raro na literatura contemporânea.

Um clássico com sombras: as polêmicas envolvendo Lewis Carroll

Nenhuma resenha de Alice no País das Maravilhas estaria completa sem mencionar as controvérsias envolvendo seu autor, Charles Lutwidge Dodgson, conhecido pelo pseudônimo Lewis Carroll. Acadêmicos e leitores há décadas discutem o comportamento de Carroll em relação a crianças, especialmente sua amizade com a verdadeira Alice Liddell, que inspirou a obra.

Caso você queira saber mais sobre esse assunto, recomendo a leitura deste artigo: As supostas mensagens ocultas em ‘Alice no País das Maravilhas’

Conclusão do Resenha de Alice no País Das Maravilhas

Ler Alice no País das Maravilhas é como atravessar um espelho e entrar em um mundo onde o absurdo faz sentido e a lógica é apenas mais um brinquedo. É uma obra que convida à reflexão, mas nunca abandona o encantamento. Sua força está justamente em ser múltipla: infantil e filosófica, leve e inquietante, divertida e provocadora.

Mais do que um clássico da literatura, Alice é um lembrete de que a imaginação continua sendo uma das formas mais poderosas de questionar a realidade. Mesmo com as polêmicas em torno de seu autor — que merecem ser conhecidas e refletidas —, o livro permanece como uma das experiências literárias mais lúdicas e instigantes que já tive. Um convite eterno à curiosidade.

Classificação

Detalhes da edição brasileira:

  • Editora: ‎ Darkside
  • Autor: Lewis Carroll
  • Tradução: Marcia Heloisa, Leandro Durazzo
  • Edição: 1ª edição
  • Data: 4 outubro 2019
  • Páginas: 208 páginas

1 comentário em “Alice no País das Maravilhas – Lewis Carrol (Resenha)”

  1. Eu li Alice no País das Maravilhas, ainda jovem. Todo aquele absurdo me fazia pensar em uma narrativa que se passava em mundo obscuro e isso me encantava. Imagine minha decepção ao tomar contato com a adaptação da Disney para obra. Bem decepcionante. E a Disney seguiu fazendo isso com alguns classicos da literatura que em geral não tinham essa paleta colorida, nem eram contos de narrativas edificantes e moral virtuosa. Hoje, mais maduro, estou convencido de que escritores com Lewis Carrol, Julio Verne, CS Lewis e outros, com suas narrativas absurda, tinham o propósito de nos fazer pensar de às aversas, fora da caixinha racional ou lógica. Nos fazer que o mundo é mais do que nossos olhos veem.

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