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Hoje você vai conhecer a nossa resenha de Mil Beijos de Garoto, um dos livros que mais têm dividido opiniões entre os leitores e bookstans de toda a internet. Há quem o ame verdadeiramente, e há aqueles que o odeiam e querem encontrar mil motivos para isso, mas a verdade é que temos que lê-lo levando em consideração que essa é uma obra literária de cunho romântico.
É interessante entender antes da leitura o que é o romantismo e quais as vertentes do gênero. Percebemos aqui uma presença de romance gótico, não pela aura misteriosa, mas de um amor sobrenatural, um encontro de almas.
Quando o pai de Rune Kristiansen é transferido a trabalho de Oslo, onde moravam, para a Georgia, nos Estados Unidos. O garoto de apenas cinco anos se vê bastante chateado por ter que se mudar, chateação essa que logo passa ao chegar em sua nova casa e conhecer a divertida e alegre Poppy Litchfield, sua vizinha de também cinco anos. A partir do primeiro encontro os dois decidem ser melhores amigos e assim, de fato, começam uma inseparável amizade.
>>> Este texto é uma parceria entre a Rebeca Lima, que dá diversas dicas de livros em seu instagram @Becalim_ e o blog Os Melhores Livros. Antes de continuarmos com a nossa resenha de Mil Beijos de Garoto, gostaria de convidar para nos seguir também no YouTube, Telegram e Instagram, redes nas quais você terá acesso a textos como esses e também diversos outros guias de leitura postados diariamente aqui no blog! Caso queira adquirir o livro, você ajuda o blog ao comprá-lo por esse link.
Recebendo o Pote
Aos oito anos, num dia aparentemente normal, os dois jovenzinhos estavam no colégio, até que Poppymin (como é chamada por Rune) é pega de surpresa pela triste notícia de que sua avó quer vê-la. Sua avó, que já estava há bastante tempo doente, enfrentava agora suas últimas horas de vida e antes de partir queria dar à neta como forma de despedida, uma aventura para a vida: um pote, que também já lhe pertenceu, com mil corações para registrar mil beijos de garoto. Mas, a senhora quis deixar bem claro que não poderia ser qualquer beijo, deveriam ser apenas os que a fizesse sentir infinitamente feliz, os mais especiais. Quando soube do pote, Rune quis ser o primeiro (e único) a beijá-la. Ele estava determinado a ser o garoto que lhe daria mil incríveis beijos. E ali, aos oito anos, acontece o primeiro beijo dos dois, debaixo de um belo e rosado pé de cerejeira, onde percebem que além de melhores amigos, eles estão apaixonados e prometem ter beijos suficientes até encher o pote.
O destino, como sempre implacável, faz com que os pais de Rune tivessem de se mudar novamente para Oslo, o que ele só ficou sabendo um dia antes. Aos quinze anos, os jovens são pela primeira vez separados, e a única esperança de reencontro era o forte sentimento que sentiam um pelo outro.
Vivendo Separados
Continuamos nossa resenha de Mil Beijos de Garoto quando os jovens passam a manter contato pela internet, levando horas a fio em ligações e conversas de chats online, até que um dia Poppy corta bruscamente o contato com Rune, que não entende absolutamente nada. Ele dizia a si mesmo diariamente para ser paciente, que certamente ela apareceria com uma boa explicação para o sumiço e logo voltariam ao seu estado normal. Com o passar do tempo, os dias foram virando semanas e as semanas viraram meses e foi inevitável que uma amargura lhe tomasse o peito, transformando o Rune divertido, amoroso e paciente que todos conheciam em uma mera lembrança de alguém que já não existia mais, pois aquele era o Rune com a Poppy, e sem ela não teria como ele seguir sendo o mesmo.
Enquanto ele lidava com a ausência de sua Poppymin, as coisas para ela estavam cada vez mais difíceis, pois era quase impossível suportar a dor de afastar seu único amor por querer poupá-lo da sensação de impotência que o tomaria se soubesse como ela estava. Poppy quase não podia suportar a ideia de tê-lo afastado, mas sabia que também não suportaria vê-lo sofrer tanto sem nada poder fazer. Como único refúgio, encontrou na música uma forma de contornar os maus dias, a saudade de Rune e a pressão que sabia que estavam passando os seus pais.
O Reencontro
Mais uma vez os anos passam e chega o dia do tão fantasiado reencontro, graças ao trabalho de seu pai que novamente os envia para Georgia. Rune agora já não era mais um menino, era um jovem. Seus traços vikings, o forte sotaque e seu ar misterioso e áspero lhe conferiram uma atenção especial ao retornar para sua antiga residência e escola. As mudanças físicas que o tempo lhe proporcionou não impressionam apenas Poppy, mas todas as garotas que o conheciam mal esperavam a mínima chance de conhecê-lo.
Mesmo com Poppy morando ao lado de Rune, os dois se evitam ao máximo. Poppy desviando o olhar quando percebia sua presença, e ele agindo friamente e ignorando-a, quase como se não estivesse ali, fazendo coisas que achava que poderiam provocar-lhe certo incômodo, quase como se desejasse lhe afrontar.
Mas, quando há amor, o simples querer estar longe não basta para afastar duas pessoas. Muitas intrigas em seus grupos sociais e situações fazem com que os dois jovens, agora estranhos um para o outro, se aproximem.
Uma das tentativas de Rune para provocar raiva em Poppy acaba por ir longe demais, resultando em uma discussão, que seria sua primeira conversa desde que se reencontraram, conversa essa em que coisas não ditas são vociferadas como se toda a vida deles dependesse dessas palavras; onde lágrimas são derramadas em meio aos corações disparados. É ali, no silencioso bosque, que ele entende todos os porquês. Depois de todo esse tempo em que esteve culpando Poppy por ter se afastado, tentando odiá-la por quebrar suas promessas, pensando em como poderia ela se esquecer de suas histórias tão facilmente, ele entende a nobreza das intenções de sua Poppymin em poupá-lo de mais dor. Embora não parecesse, aquele momento serviu para juntar os pedaços que haviam se partido em seus corações nos últimos anos.
Continuando de Onde Pararam
Quando decidiram que deveriam continuar de onde pararam era como se para eles o tempo não tivesse passado. Poppy era a única pessoa que conhecia o “eu real” de Rune, e ele o dela. Poppy incentivou-o a lutar contra seus sentimentos escondidos, a trazer para fora, de todas aquelas grossas camadas de amargura e raiva, o rapaz que ela amava, seu vinking da vida real. Ela o incentivou a voltar com a fotografia, a parar com os maus hábitos adquiridos após anos de festejos. Rune, por sua vez, empenhou tudo de si, com todas as suas forças, para dar à Poppy o que não pôde durante o tempo que estiveram afastados, sendo o primeiro a apoiar sua musicalidade, quis estar ali para ela, como ela quis estar para ele até o fim.
Conclusão
Concluímos nossa resenha de Mil Beijos de Garoto ressaltando que é válido quando dizem que os personagens são muito jovens, mas devemos sempre ter em mente o fato de que a obra se trata de uma obra literária fictícia sem qualquer relação com a realidade, por isso há uma licença para que duas pessoas tão jovens saibam e entendam o que realmente é o amor, que assumam que se pertencem, que possam estar tão interligadas, ao ponto de um não saber viver sem o outro.
Cada sentimento aqui vivido pelos personagens é retratado como explorados por ambos intensamente, fosse ele amor, alegria, raiva, tristeza, dor… Não importa, a sinceridade com que se entregam um ao outro, mas não de forma mecânica, de forma simples, com a naturalidade de um amor verdadeiro e a suavidade de uma folha de cerejeira é que nos faz emocionar com a história do início ao fim.
Digo que é uma obra 08/80 porque ou o leitor vai amar muito ou odiar muito, não tem um meio termo. Para amar, você precisa ter mente aberta e não achar que deva existir vínculo com a realidade, porque não há. Os melhores romances são, na maioria das vezes, aqueles que são impossíveis de serem vividos na vida real.
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