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Verity: O Inesquecível Thriller de Colleen Hoover [Resenha]

Hoje vamos fazer uma resenha de Verity, um dos principais livros de Colleen Hoover. 

A autora tem sido destaque nos últimos anos como uma porta-voz de uma nova geração de leitores, muito influenciados por redes sociais. Não é raro ver os os livros da autora acompanhados dos dizeres “sucesso do TikTok” em suas sinopses, por exemplo. 

Hoover é inegavelmente um fenômeno editorial imenso. Seu sucesso ultrapassa o TikTok, contando com milhões de exemplares vendidos, e sendo, ela mesma, a autora mais vendida no Brasil, com suas obras emocionantes que já encantaram milhares de leitores no mundo todo.

Talvez Verity seja o mais diferente de seus livros. Finalista do prêmio Goodreads como melhor romance de 2019, Verity é o primeiro thriller de Colleen Hoover e deixa os leitores envolvidos do começo ao fim, além de conter algumas pitadas de hot, como é característico nas obras da autora. No livro acompanhamos um casal apaixonado, uma intrusa e três mentes doentias. 

Em Verity, Colleen Hoover deixa de lado os romances, para criar um suspense psicológico que provou todos os dotes da autora para versar em qualquer estilo. A narrativa é perturbadora e conta com diversas situações que beiram a psicopatia, explorando lados sombrios dos principais personagens e deixando surpresas para o leitor até o último minuto. 

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O Que o Livro Verity Fala?

Continuamos nossa resenha e Verity adentrando um pouco mais sobre a história do livro. 

A obra conta a história ficcional de Lowen Ashleigh, uma escritora prestes a declarar falência que é chamada para uma reunião misteriosa com um possível cliente para um livro. A história de Verity é narrada em primeira pessoa, justamente por Lowen, assim, temos apenas o seu ponto de vista durante toda a obra (e não a visão de um narrador imparcial). 

Essa reunião se dá com Jeremy Crawford, e os agentes das duas partes interessadas. Nela é apresentada a proposta que pode ser considerada como um turning point na carreira de qualquer escritora: Lowen estava sendo convidada para escrever os últimos 3 livros de uma consolidada saga de sucesso escrita pela autora Verity Crawford. Até então, não nos é revelado o motivo pelo qual Verity não poderia concluir a série (isso só seria explicado após a assinatura do contrato).  

Assim, após concordar com os termos do acordo, Lowen decide passar algumas semanas na casa dos Crawfords, a título de compreender melhor o processo criativo de Verity, investigar o escritório da autora a fim de encontrar rascunhos que pudessem demonstrar para onde a série deveria ir. 

Essa decisão irá marcar a sua vida para sempre, já que irá entrar em uma rede de situações bizarras, confusão, intrigas e mentiras. 

O Dia a Dia na Casa dos Crawfords

Já nos primeiros capítulos do livro percebemos que situações estranhas acontecem naquela casa. 

Lowen começa a conhecer a fundo a história da família. O casal Jeremy e Verity tiveram 3 filhos – dos quais duas meninas gêmeas (Harper e Chastin Crawford) e 1 menino (Crew). 

A primeira das gêmeas havia falecido em uma situação misteriosa. Quando Chastin tinha 8 anos, ela acabou morta por causa de sua alergia a amendoim enquanto dormia na casa de uma amiga do colégio. Chastin e Harper estavam juntas em uma festa do pijama quando tudo aconteceu. Já a segunda havia falecido afogada após sair para um passeio de canoa com Crew e a mãe. 

Verity, por fim, havia sofrido um trágico acidente que a deixou em um estado de coma. 

Assim, no dia a dia da casa, além de Jeremy, Lowen convivia com Crew, com a cuidadora April e, eventualmente, com Verity (já que era costume da família colocá-la na mesa nos momentos das refeições. 

O Manuscrito

Não dá para fazer uma resenha de Verity sem mencionar o Manuscrito. 

Assim que começa a vasculhar no escritório de Verity para encontrar possíveis pedaços de escrita que pudessem indicar para onde iria a obra, Lowen se depara com um manuscrito criado por Verity. 

Mesmo sendo claramente algo pessoal e sem nenhuma relação com a obra que estava contratada para escrever, a protagonista acaba sendo envolvida pela leitura que descreve, inicialmente, o envolvimento de Verity com Jeremy. 

O relato demonstra Jeremy como um grande homem e Verity como alguém aficionado por ele. 

Envolto de um erotismo sem amarras (descrevendo todos os pormenores dos relacionamentos íntimos do casal), o manuscrito vai sendo consumido por Lowen de forma voraz, até um ponto que ela começa a observar em Jeremy vários dos pontos positivos levantados por Variety no manuscrito. Não restava dúvida: ela estava se apaixonando por ele (ou talvez pela imagem que formou dele). 

Sua estadia vai se estendendo por semanas, e ela vai consumindo o documento aos poucos. Colleen Hoover nos mostra isso intercalando capítulos do livro em si, em que vemos o dia a dia da casa com o manuscrito.  

Mas o que parecia ser uma obra erótica, na verdade, rapidamente passa a se transformar num relato de uma mulher que detesta as filhas recém nascidas, pois estas lhe tiram a atenção do marido. 

As Situações Bizarras Que Acendem um Alerta em Lowen

Algumas situações bizarras acontecem na estadia de Lowen no lar daquele casal e precisamos mencioná-las em nossa resenha de Verity.

Primeiramente, Lowen tem a impressão que vê Verity, de relance, em pé acenando para Crew da janela. Isso a deixa em leve pânico, já que isso seria impossível. 

Além disso, portas que se trancam sozinhas, o filho que conversa com a mãe, a enfermeira que a trata como intrusa.

Tudo isso junto dos relatos de uma mãe manipuladora encontrados no manuscrito faz com que Lowen comece a desconfiar que o acidente não passa de uma cena de Verity, mas a situação também faz com que ela comece a desconfiar de sua própria sanidade – afinal, seria um ser humano capaz de tramar tamanha loucura?

O Envolvimento Com Jeremy

O fato de Lowen envolver-se com Jeremy é algo que fica óbvio para o leitor desde o começo do livro. 

Com a convivência de semanas e a admiração que vai se criado ao longo delas, sabemos que é questão de tempo. 

A noite de amor entre os dois é descrita da mesma forma como no diário de Verity – totalmente explícita nas páginas do livro. 

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O Fim Macabro

Agora, leitor, você pode encontrar alguns SPOILERS em nossa resenha de Verity, portanto, caso não queira descobrir o final, melhor parar por aqui. 

Talvez já apaixonada por Jeremy, Lowen pega as últimas páginas do Manuscrito para ler. 

Ela já havia passado por trechos bizarros, como a tentativa de aborto forçado de Verity e o fato de nutrir secretamente a sensação de que Harper havia sido culpada pela morte de Chastin. Mas o que está por vir espanta como nada antes da vida. 

Ela descobre que Verity, propositalmente, tinha virado a canoa em que ela estava com os dois filhos e deixado Harper (que não sabia nadar) para trás. 

Por fim, a obra termina com a escrita de Verity de que o marido passara a desconfiar que ela havia feito tudo de propósito e sugere que, se precisasse, fingiria um acidente de carro para deixar tudo para trás. 

Ao ler isso, Lowen é tomada por uma certeza de que Verity estava fingindo tudo e em um ataque de fúria começa a sacudi-la até ser interrompida por Jeremy – que acha que ela enlouqueceu. 

Antes de ser expulso da casa por ele, Lowen mostra-lhe o Manuscrito e ele, por sua vez, tem o seu próprio ataque de fúria. Verity estava mesmo fingindo e ele a enforca pelos crimes que cometera. 

Pouco antes de matá-la, Lowen o interrompe e lhe sugere terminar com tudo de uma maneira que parecesse um acidente (sim, os dois cometem um crime e o acobertam ali mesmo). 


A Carta Deixada Por Verity

Meses depois do ocorrido, Lowen e Jeremy estão juntos e ela está prestes a ter um bebê. 

Eles já não moram mais na mesma casa onde tudo aconteceu – ela, na verdade, está à venda, e o casal passa no local para retirar as últimas coisas que faltaram da mudança.

Ao ver um piso irregular, Verity começa a investigar e encontra uma carta deixada por Verity para o marido. Como é típico de Lowen, ela lê a carta (claro, né?). 

Segundo ela, nada no Manuscrito havia sido real. Tudo não passava de um exercício de escrita de Verity para praticar a escrita da voz de um vilão (justamente como seus livros eram escritos). Basicamente, a pessoa pega eventos da sua vida real, mas os escreve de maneira oposta ao que realmente sentiu ou pensou naqueles momentos.

Ainda segundo a Carta, Verity estava fingindo estar em coma porque precisava do primeiro adiantamento da editora pelos livros restantes da obra para ter recursos para fugir com Crew. 

Ela alega também que era Jeremy que a havia deixado naquela situação: um dia, ao entrar no escritório, ele teria tido acesso ao conteúdo do Manuscrito e, não sabendo que tudo se tratava de um exercício literário, teve um ataque de raiva e a enforcar. Depois, para fugir da condenação, ensaiou uma batida de carro e a deixou lá, achando que ela faleceria.

Mesmo com dúvidas sobre o que era verdade ou o que não era, Lowen destrói a carta antes de sair para que Jeremy nunca descobrisse aquilo – que ela considera mais uma armação de Verity. 

O Que é Verdade em Verity: O Manuscrito ou a Carta?

Finalizamos nossa resenha de Verity apontando que, claramente, a carta deixada por Verity é um recurso de Colleen Hoover para causar uma discussão sobre o livro. Mas, na opinião do autor desse blog, essa obra só para em pé se a carta for mais uma mentira de Verity. 

Há várias razões para que a carta seja mais uma mentira de Verity, que iremos listar abaixo:

  1. Que tipo de pessoa que não seja algum doido manipulador finge estar em coma por tanto tempo? 
  2. Verity alega que finge o coma porque tinha medo do marido entregá-la à polícia junto do manuscrito e ela ser presa. No entanto, ela poderia, simplesmente, explicar todo o mal entendido no hospital ou para a cuidadora para que essa lhe ajudasse a fingir. 
  3. Por que alguém precisaria escrever tanto sobre a sua própria vida íntima em tantos detalhes em um exercício desse tipo? 
  4. Jeremy tenta salvar Verity quando ela é atacada por Lowen e a expulsa da casa. É somente quando Lowen lhe mostra o manuscrito que ele tem um ataque de raiva e resolve aniquilar a esposa. 
  5. Se a carta era endereçada ao Jeremy, não faz o menor sentido ela descrever para ele mesmo a situação que os dois haviam vivido juntos, principalmente descrever a tentativa dele de matar ela. 
  6. Quem em sã consciência vai aceitar morar meses debaixo do mesmo teto de alguém que tentou lhe matar – ainda mais sendo que essa pessoa imagina que você está em coma (ou seja, é uma presa fácil para uma nova tentativa de assassinato). 
  7. Quem dá a ideia de fazer com que o assassinato de Verity parecesse um acidente é Lowen, e não Jeremy. E ela só tem essa ideia porque lê isso no manuscrito (que ela havia tentado fazer com a filha). 

Também concordo que há vários indícios propositais plantados durante a obra para nos fazer imaginar que a carta é sim verdadeira. Por isso, minha nota para essa leitura é 4 estrelas, já que, ao meu ver, o fim do livro peca um pouco em sua elaboração – foca em criar a dubiedade, mas as duas teorias tem problemas demais para serem verdade. Mas, se imaginar que o manuscrito é mentira, obrigatoriamente teria que diminuir a nota para uma fração disso – pois, como disse, a obra não pararia em pé. 

Gostou da nossa resenha de Verity? Para você, o que é verdadeiro: a carta ou o manuscrito?

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