Neste texto, você irá conhecer uma resenha de O Homem Bicentenário. Na obra, temos Andrew Martin, um robô doméstico que, ao longo dos anos, começa a desenvolver uma curiosidade crescente sobre o que significa ser humano. Essa inquietação, que poderia parecer simples, leva a um processo longo — e tocante — de transformação. Mais do que adquirir funções ou aparência humana, Andrew busca algo mais profundo: direitos, liberdade, afeto, reconhecimento.
É aí que o conto brilha. Mesmo com uma linguagem direta, típica de Asimov, o enredo toca em questões como identidade, legislação, arte, mortalidade e, acima de tudo, o que nos torna humanos. E se um robô for capaz de amar, criar, desejar, sofrer e doar… ele ainda será apenas uma máquina?
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Não é uma história revolucionária. E está tudo bem.
Minha nota pessoal seria 3/5. Não porque o livro seja ruim — longe disso —, mas porque ele cumpre o que se propõe sem tentar ser algo maior. Não espere um grande drama distópico nem discussões complexas de robótica. Aqui, Asimov está mais interessado na humanidade do que na tecnologia.
O Homem Bicentenário não é um épico sci-fi, mas um conto sensível e direto ao ponto. E talvez seja isso que o torna especial.
Uma história que dialoga com o presente: a IA pode ser consciente?
Hoje, muito se fala sobre o avanço das inteligências artificiais, da possibilidade de uma “singularidade” — aquele momento teórico em que uma IA se tornaria autoconsciente. Ao ouvir o conto, não pude deixar de traçar paralelos com essa discussão moderna.
Andrew Martin não apenas aprende, ele sente. Reivindica direitos. Questiona o sistema. Pede para morrer como humano. E se em 1976 (ano em que o conto foi escrito), isso parecia pura ficção, hoje a conversa é mais real do que nunca. Ainda estamos longe de uma IA com consciência verdadeira, mas o conto de Asimov nos faz imaginar: se um dia isso acontecer, estaremos preparados?
O que torna os humanos humanos?
Essa é a pergunta que impulsiona toda a jornada de Andrew Martin. Ao longo do conto, ele vai eliminando uma a uma as barreiras que o separam da humanidade: aparência, emoções, criatividade, até mesmo um sistema nervoso artificial que simula o funcionamento do cérebro humano. Mas nada disso é suficiente.
Em determinado ponto da história (alerta de spoiler), Andrew compreende que o verdadeiro divisor de águas é a mortalidade. Não importa o quanto se pareça com um humano, os seres humanos jamais aceitariam como igual alguém que não compartilhasse da mesma finitude. Ser humano, afinal, é também saber que a vida tem um fim — e que isso dá sentido a tudo que fazemos.
Por mais que o afeto, a linguagem, o conhecimento e o desejo de liberdade sejam fundamentais, é a escolha pela morte que consagra a humanidade de Andrew. Ele não quer apenas ser tratado como humano. Ele quer ser humano. E isso inclui aceitar o fim.
Para quem é esse audiolivro?
Se você curte ficção científica mais centrada em questões éticas e filosóficas do que em batalhas e tecnologia, esse livro é pra você.
Recomendo especialmente para:
- Quem está começando a ler Asimov (por ser um conto curto e acessível);
- Quem gosta de reflexões sobre identidade, direitos e tecnologia;
- Quem viu o filme com Robin Williams e quer conhecer a história original;
- Quem quer se emocionar e refletir em menos de duas horas.
Se você procura uma trama com ação ou complexidade técnica, talvez se decepcione. Mas se está aberto a uma experiência sensível sobre o que significa ser humano — mesmo vindo de um robô —, vale cada minuto.
Breve e com reflexões imensas
Sabe quando você entra em uma leitura sem grandes expectativas e termina cheio de pensamentos? Foi assim que me senti ouvindo O Homem Bicentenário no Audible. A versão integral do conto, com apenas 1h46 de duração, me surpreendeu — não por grandes reviravoltas, mas por uma sensibilidade que não esperava de um texto sobre um robô.
Narrado com emoção por Cristiano Gualda e traduzido com fluidez por Aline Storto Pereira, essa edição lançada em março de 2025 pela Editora Aleph (ASIN: B0F1FNZGH5) me trouxe uma experiência diferente das leituras físicas: mais próxima, quase como se Andrew Martin estivesse me contando sua história pessoalmente.
Detalhes da edição que ouvi
- Título: O Homem Bicentenário
- Autor: Isaac Asimov
- Tradução: Aline Storto Pereira
- Narrador: Cristiano Gualda
- Editora: Editora Aleph
- Duração: 1 hora e 46 minutos
- Idioma: Português
- Data de lançamento (Audible): 14 de março de 2025
- ASIN: B0F1FNZGH5
- Sotaque da narração: Português brasileiro
Resenha de O Homem Bicentenário: Considerações finais
O Homem Bicentenário me pegou de surpresa. Eu jurava que o livro seria longo demais, talvez porque o filme tenha deixado essa impressão. Mas foi justamente por ser breve que ele funcionou tão bem em formato de audiobook. A narração envolvente somada à força da história fez da experiência algo único.
Você vai terminar com aquela sensação de: “Caramba, eu achava que era só um conto sobre robôs…”. E talvez essa seja a maior virtude do Asimov aqui: fazer você refletir sobre tudo isso — tecnologia, vida, arte, tempo, afeto — com simplicidade e profundidade.
Gostou de conhecer nossa resenha de O Homem Bicentenário? Então, deixe seu comentário e me conte o que achou da obra!