Machado de Assis é considerado um dos maiores escritores da literatura brasileira e universal. Nascido no Rio de Janeiro em 1839, ele superou barreiras sociais e raciais em uma sociedade escravocrata para se tornar um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras e um mestre da prosa nacional. A obra de Machado de Assis transita entre diferentes estilos e fases, mas sempre com um olhar profundo sobre as falhas humanas, as hipocrisias da sociedade e as contradições da alma humana. Neste artigo, vamos discutir um pouco sobre os melhores livros de Machado de Assis, que são repletos de ironia e introspecção, continuam, assim, a ressoar por sua habilidade de dissecar temas universais com uma precisão única.
Com uma carreira que se estende por mais de cinco décadas, Machado escreveu obras que abordam temas como o amor, o ciúme, a loucura e a alienação, oferecendo aos leitores um retrato muitas vezes cômico e amargo da sociedade.
Seja você um leitor iniciante ou um grande fã da literatura machadiana, este guia o levará por algumas das obras que marcaram a carreira do autor e que ajudaram a moldar a literatura brasileira.
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1 – Dom Casmurro
Dom Casmurro é um dos romances mais populares de Machado e, até hoje, gera debates entre os leitores. A história é narrada por Bentinho, que revisita seu passado para contar sobre o amor por Capitu e as dúvidas que marcaram sua vida. O romance aborda a obsessão e o ciúme de Bentinho, especialmente em relação à suposta traição de Capitu. A narrativa ambígua leva o leitor a questionar a veracidade dos fatos e a própria sanidade de Bentinho, um narrador pouco confiável.
A obra é um estudo profundo do ciúme e da complexidade dos relacionamentos humanos. Capitu, com seus “olhos de ressaca”, torna-se um dos grandes mistérios da literatura, deixando o leitor sem uma resposta definitiva sobre sua lealdade. Essa ambiguidade é uma das forças do romance, que desafia, assim, o leitor a interpretar os sinais e a construir sua própria verdade sobre o casal.
2 – Memórias Póstumas de Brás Cubas
Memórias Póstumas de Brás Cubas é um dos melhores livros de Machado de Assis e marca o início de sua fase realista. Narrado por um “defunto autor”, Brás Cubas conta sua história com um humor ácido e uma visão cínica do mundo. O personagem, que escreve suas memórias após a morte, relata os principais eventos de sua vida, em uma vida marcada pela irrelevância. Essa narrativa inusitada traz uma crítica ao egoísmo e à vaidade, além de expor o vazio de uma vida superficial.
A obra é um marco da literatura brasileira por sua originalidade e crítica social. Com capítulos curtos, a obra traz uma linguagem pouco acessível. Assim, Machado desafia o leitor a refletir sobre temas complexos de forma irônica e inteligente. A narrativa desconstrói valores e padrões da época, utilizando o olhar irreverente e pessimista de Brás Cubas. Assim, mesmo após a morte, não consegue se livrar das vaidades e dos erros que marcaram sua existência.
3 – Quincas Borba
Neste romance, Machado explora novamente o tema da alienação e da loucura por meio do personagem Rubião, um discípulo do filósofo Quincas Borba. Quando herda a fortuna de seu mestre, Rubião se muda para o Rio de Janeiro e tenta se adaptar à alta sociedade, mas seu comportamento excêntrico e sua obsessão por Sofia o levam a um processo gradual de perda de sanidade. Quincas Borba é um livro sobre o poder destrutivo da ambição e da ilusão, trazendo reflexões filosóficas por meio do conceito fictício de “Humanitismo”, criado pelo próprio Quincas Borba.
A história apresenta, portanto, uma visão crítica da sociedade e de seus valores, questionando o que leva uma pessoa ao sucesso ou ao fracasso. Assim, Machado utiliza o humor e a tragédia para ilustrar o destino de Rubião, revelando a fragilidade dos laços sociais e as pressões que a busca por status e aceitação impõe ao indivíduo.
4 – Esaú e Jacó
Em Esaú e Jacó, Machado narra a história dos irmãos gêmeos Pedro e Paulo, que têm personalidades e ideologias opostas. Desde pequenos, eles demonstram uma rivalidade constante, que reflete as tensões políticas e ideológicas do Brasil no final do século XIX. A trama é construída em torno dessa oposição, e Machado utiliza a história dos irmãos para explorar as contradições e divisões da sociedade brasileira.
A obra é rica em ironia e simbolismo, mostrando a incapacidade de reconciliação entre os opostos e a inutilidade das rivalidades humanas. Ao longo do livro, os gêmeos são manipulados por forças externas, o que simboliza o controle que a sociedade exerce sobre o indivíduo. Dessa forma, Esaú e Jacó é um romance que provocando reflexões sobre como as crenças podem dividir e moldar vidas.
5 – Helena
Diferente das obras posteriores de Machado, Helena é um romance mais romântico e menos crítico. A história acompanha a vida de Helena, uma jovem de origem humilde que, após a morte do pai, vai morar com a família rica do falecido. Sua presença desestabiliza o ambiente familiar e desperta sentimentos ambíguos. A narrativa explora temas de amor, preconceito e desigualdade social, sendo uma obra de transição na carreira do autor.
Embora Helena não tenha a complexidade psicológica dos romances mais famosos de Machado, ele oferece uma visão do Brasil do século XIX e das tensões sociais da época. Assim, essa é uma obra que mostra o início da habilidade do autor em criar personagens ricos e multidimensionais, que despertam empatia e refletem as desigualdades de sua época.
Conclusão
Os livros de Machado de Assis trazem reflexões sobre a condição humana, escritas com uma ironia que desafia o leitor a ver além das aparências. Em suas obras, Machado convida o leitor a questionar valores, a sociedade e até mesmo a si mesmo. Essas obras fazem parte do cânone da literatura brasileira e são, portanto, leituras indispensáveis para quem deseja entender melhor o Brasil, a alma humana e o poder transformador da literatura.
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