Escrever um livro só e ser eternizado por ele. Parece improvável, mas é exatamente o que aconteceu com alguns dos nomes mais surpreendentes da literatura. Não estamos falando de autores iniciantes, nem de obras esquecidas. São livros que conquistaram prêmios, viraram filmes, marcaram gerações — e permaneceram como a única contribuição ficcional de seus criadores.
Abaixo, listamos 7 escritores que publicaram um livro só e, mesmo assim, deixaram sua marca definitiva no mundo literário.
Oscar Wilde – O Retrato de Dorian Gray (1890)
Sinopse: Um jovem aristocrata deseja manter sua juventude eterna. Seu retrato, porém, passa a envelhecer e refletir sua degradação moral, enquanto ele permanece fisicamente intacto.
Oscar Wilde escreveu ensaios, peças e contos, mas esse foi seu único romance. A crítica à hipocrisia da sociedade vitoriana e o mergulho na decadência fazem de Dorian Gray um clássico sombrio e provocativo. Um único livro. Um impacto eterno.
Wilde é autor de peças como A Importância de Ser Prudente, mas O Retrato de Dorian Gray é seu único romance.
Anne Frank – O Diário de Anne Frank (1947)
Sinopse: Em meio à ocupação nazista na Holanda, uma adolescente registra seus pensamentos, sonhos e angústias enquanto vive escondida com a família em um anexo secreto.
Anne Frank não era uma escritora profissional. Mas seu diário, publicado após sua morte em um campo de concentração, tornou-se uma das obras mais lidas do mundo. É seu único livro — e um dos testemunhos mais poderosos do século XX.
Emily Brontë – O Morro dos Ventos Uivantes (1847)
Sinopse: Catherine e Heathcliff vivem uma paixão obsessiva e trágica, marcada por ressentimento, vingança e isolamento nos ermos de Yorkshire.
Emily Brontë publicou apenas esse romance antes de morrer, aos 30 anos. Hoje, O Morro dos Ventos Uivantes é considerado um dos maiores romances da literatura inglesa. Intenso, gótico, inesquecível.
Margaret Mitchell – E o Vento Levou (1936)
Sinopse: Scarlett O’Hara enfrenta a queda do sul dos Estados Unidos durante a Guerra Civil, buscando preservar seu mundo — e sua identidade — a qualquer custo.
Margaret Mitchell nunca mais escreveu outro livro. Mesmo assim, venceu o Pulitzer e teve sua obra adaptada para o cinema com enorme sucesso. E o Vento Levou permanece como um dos maiores best-sellers da história.
Arthur Golden – Memórias de uma Gueixa (1997)
Sinopse: Chiyo é vendida ainda criança para uma casa de gueixas em Kyoto. Ao se transformar na elegante Sayuri, enfrenta um mundo repleto de beleza, competição e sacrifícios.
Arthur Golden passou anos pesquisando e escrevendo esse romance. Depois do sucesso global e de polêmicas com a gueixa que inspirou a história, nunca mais publicou outra obra. Um único livro. Um fenômeno editorial.
Manuel Antônio de Almeida – Memórias de um Sargento de Milícias (1854)
Sinopse: Leonardo, filho de gente desajustada, cresce entre pequenos delitos e trapaças no Rio de Janeiro do século XIX, retratado com humor, malandragem e crítica social.
Publicada inicialmente como folhetim, a obra é considerada o primeiro romance verdadeiramente brasileiro. Manuel Antônio de Almeida morreu aos 30 anos em um naufrágio. Esse foi seu único romance.
Boris Pasternak – Doutor Jivago (1957)
Sinopse: Durante a Revolução Russa, o médico e poeta Iúri Jivago se vê dividido entre duas mulheres e dois mundos — o amor e o dever, a arte e a política.
Pasternak foi poeta e tradutor, mas só publicou um romance em vida. Doutor Jivago lhe rendeu o Prêmio Nobel de Literatura, que ele foi forçado a recusar pelo governo soviético. Um livro que cruzou fronteiras — e resistiu à censura.
Conclusão
Esses autores de um livro só. Mas que livro. Cada uma dessas obras se transformou em clássico, prova de que a quantidade nunca superará a força de uma grande história bem contada. Em um mundo de séries, trilogias e continuações, esses sete escritores nos lembram que a verdadeira literatura, às vezes, precisa de apenas uma chance para ser imortal.