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O Problema dos Três Corpos é Mesmo Tudo Isso? (Resenha) 

O Problema Dos Três Corpos é um livro de ficção científica escrito por Cixin Liu. A obra de 320 páginas foi trazido ao Brasil em 2016 pela editora Suma. A história se passa na China e versa sobre uma decisão tomada por uma cientista que mudará o destino da humanidade, quando uma civilização alienígena à beira do colapso planeja uma invasão. Prepare-se para ver neste texto, uma resenha de O Problema Dos Três Corpos e compreender os principais aspectos da obra.

A trilogia foi adaptada para a NETFLIX se destacou como um fenômeno de audiência. Abaixo, vamos dar um contexto geral da história para que você possa compreender mais sobre a obra.

O que você vai ver nessa resenha:

  • Ficção científica com exploração de conceitos científicos complexos;
  • Reflexões filosóficas e éticas;
  • Contexto histórico da China.

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Contexto Geral

O livro O Problema dos Três Corpos é o primeiro da trilogia escrita por Cixin Liu. A narrativa é uma mistura de drama, ficção científica e mistério que transcende o tempo e o espaço. 

A história se inicia na China dos anos 1960, durante a Revolução Cultural. Lá, um grupo de pessoas se envolve em um projeto secreto de comunicação com seres extraterrestres. O destaque fica para Ye Wenjie (uma astrofísica, filha de um professor perseguido pela revolução). As decisões desses indivíduos desencadeiam eventos que reverberam ao longo do tempo. Nos dias atuais, a história volta à tona e um grupo de cientistas precisa se reunir para enfrentar uma grande ameaça à humanidade (ou seja, há um avanço temporal na obra).

A trama explora a complexidade das leis da natureza que desmoronam diante dos olhos dos personagens, adicionando uma camada de imprevisibilidade à narrativa. Dessa forma, o livro utiliza o conceito físico do Problema dos Três Corpos na mecânica celeste como uma metáfora para os desafios enfrentados na comunicação com uma civilização alienígena. Ou seja, há um destaque da natureza caótica e imprevisível dessas interações cósmicas.

Além disso, a obra proporciona uma visão do cotidiano da sociedade chinesa, explorando aspectos da classe média alta e oferecendo uma perspectiva crítica sobre a Revolução Cultural de Mao Tse-Tung.

O Plot Inexistente

Até aí tudo bem! Mas a minha principal bronca com esse livro é que até pelo menos a metade da obra ele se parece muito mais com um livro de suspense do que com uma obra de ficção científica. Alguns cientistas aparecem mortos, outros tiram a própria vida, e ninguém sabe o que está acontecendo. Depois, o governo destaca um grupo militar e vai atrás de Wang Miao, um pesquisador de física teórica, para ajudar a entender o que está houve. 

Para conseguir esse feito, ele acaba tendo que acessar o jogo O Problema dos Três Corpos. Afinal, esse era um laço em comum entre todas as vítimas até então. 

O problema é que a própria sinopse do livro, e toda a sua divulgação, versam sobre a existência de uma civilização alienígena. Então a primeira metade do livro passa a ser apenas uma contextualização, tirando um pouco daquela curiosidade sobre “o que vai acontecer agora?”. Portanto, o momento em que os personagens descobrem sobre a civilização alienígena não é dotado de surpresa para o leitor. Obviamente, isso é um pouco ruim. 

Mas o Que é O Problema dos Três Corpos? 

O conceito conhecido como o Problema dos Três Corpos pertence à esfera da física, especialmente à mecânica celeste, e aborda a interação gravitacional entre três corpos celestes. Este problema é reconhecido como um dos desafios mais complexos da física, devido à sua natureza caótica e à dificuldade associada em encontrar soluções analíticas.

Assim, de maneira simplificada, o problema dos três corpos engloba a análise do movimento de três corpos massivos, como planetas, estrelas ou outros objetos celestes, que estão sujeitos apenas à força gravitacional mútua entre eles. A complexidade reside nas interações gravitacionais entre esses três corpos, resultando em um sistema dinâmico altamente imprevisível.

Por fim, a narrativa da obra também apresenta uma metáfora intrigante através do jogo de realidade virtual chamado Três Corpos. Neste jogo, os personagens confrontam Eras Caóticas e Eras Estáveis, onde até mesmo o movimento dos sóis é imprevisível. Esse é o jogo que conecta todos os personagens da trama. 

Sobre Expectativas

Uma coisa sobre expectativas muito altas que pode ser um problema é que quando você estabelece um patamar esperado para algum fato e aquilo não te entrega o que você estava esperando, isso pode ser um incômodo. Talvez tenha sido um pouco o caso de O Problema dos Três Corpos, porque eu já cheguei com a imagem de que essa seria a melhor ficção científica dos últimos tempos – justamente por causa do hype absurdo que ela tem recebido. Cheguei, inclusive, a colocar ela na minha lista de livros recomendados para este ano, citando essa expectativa. 

Não me entendam mal, pois não há nada de particularmente errado em relação a esse livro, mas aqui houve um descompasso entre expectativa e realidade, talvez até mesmo causado por mim e pelas fontes que eu li sobre o assunto. 

Os Méritos da Obra

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Legal, então já conseguimos definir um pouco do que vamos encontrar nessa obra. 

Durante a resenha de O Problema dos Três Corpos até aqui, eu meio que já entreguei o que não gostei tanto nesse primeiro livro da trilogia. 

Agora, então, acho que me cabe um pouco escrever sobre os méritos que também existem ali. 

Assim, o primeiro mérito é essa associação entre um conceito físico complexo com uma história de ficção científica. É muito provável que esse problema possa ser popularizado através dessa obra – e tudo que se move em favor da valorização da ciência deve ser exaltado. 

Há outro mérito impressionante que é o retrato de uma China moderna, sem os usuais estereótipos ocidentais sobre esse país. Essa é uma civilização milenar com suas próprias particularidades, vitórias e problemas – inclusive alguns muito duros. A crítica velada à Revolução Cultural e a forma como os professores universitários foram rapidamente encarados como inimigos do povo chinês é quase uma aula de história e isso é particularmente muito bom. 

Um terceiro mérito é o desenvolvimento de um caráter meio messiânco na Terra em relação à essa civilização extraterrestre (chamada de Trissolaris). Esse tipo de abordagem não é comum em livros de ficção científica, e por isso acho que é um mérito a mais. 

Conclusão

Para concluir a resenha do livro O Problema dos Três Corpos: lá no Skoob, minha nota foi 3 estrelas . Com certeza vou continuar lendo a saga, para ver como vai ser o desenrolar de outros personagens, entre eles Shi Qiang que cresce muito no livro e promete entregar muitas estratégias militares daqui para frente. 

Avaliação:

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2 comentários em “O Problema dos Três Corpos é Mesmo Tudo Isso? (Resenha) ”

  1. Li recentemente este livro e realmente, está mais para um suspense do que necessariamente para um livro de ficção científica, até porque é o problema de n corpos, já que toda a situação dos Ets envolve 4 corpos (o planeta e três estrelas) e depois 5 (planeta rachado e três estrelas).
    Sinto que o livro, depois da descoberta de quem era a pessoa por trás da organização (que já era esperado, fiquei desapontado por ficar tão na cara), começou a ser mais palestrinha, principalmente depois da missão do Panamá, como a apresentação dos Ets e o que fizeram, parece que o autor não sabia utilizar a ciência ou os personagens para alcançar uma explicação.
    Na verdade, a parte científica foi bem decepcionante, como a não aplicação do método científico pelos personagens, que foram apresentados como pesquisadores incríveis.
    No entanto, é um livro de leitura fácil, terminei rapidinho, mas não penso em lê-lo novamente.

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