Quando o pai de uma pequena menina caiu no mar, se iniciou uma história de grandes aventuras e, então, surgiu uma das personagens mais icônicas de toda a literatura. Neste artigo, você vai conhecer os três livros de Píppi Meialonga, escritos por Astrid Lindgren.
Pippilotta Viktualia Rullgardina Krusmynta Efraimsdotter Långstrump é o nome completo — em sueco — da protagonista dos 3 volumes que serão apresentados aqui. Os livros infantis foram publicados por volta de 1945 a 1948.
Píppi é uma garotinha, que, apesar de sua pouca idade, é dona de uma maturidade extraordinária, capaz de se virar sozinha onde quer que esteja e diante de quaisquer circunstâncias. Sua irreverência perante aos adultos e perante as crenças “inquestionáveis” foi motivo de controvérsias. Na década de 40, quando a obra foi lançada, a personagem inspirou muitos meninos e meninas com sua coragem e perspicácia. No entanto, sua aparente “rebeldia” gerava desconforto por parte dos conservadores.
Muito sapeca, Píppi é uma garotinha extremamente forte, capaz de carregar um cavalo com facilidade. Após seu pai ter caído do navio, Píppi foi morar numa casa velha em uma cidade bem pequena, com uma mala cheia de moedas de ouro. Sozinha, pois sua mãe faleceu há muito tempo e seu pai é um marinheiro que mora numa ilha pelos Mares do Sul.
Suas companhias são o Herr Nilsson, um macaco, e Lilla Gubben, um cavalo. Todavia, depois ela também conhece um casal de crianças, Tommy e Annika, que se tornam seus amigos.
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1 – Píppi Meialonga
Neste primeiro livro é onde conhecemos a graciosa Píppi Meialonga. A bordo do navio de seu pai, a garotinha viveu grandes aventuras. É evidente que sua infância incomum e seu DNA altamente propício lhe tornaram uma criança de uma autossuficiência invejável e de grande autoconfiança.
Píppi, que já era órfã de mãe, acabou perdendo seu pai durante uma forte tempestade que os atingiu no mar. No entanto, com sua forte intuição, a menina tem certeza de que seu pai não está morto. Ela acredita que ele conseguiu nadar até o pedaço de terra mais próximo e que, provavelmente, acabou se tornando o mandante em uma ilha cheia de nativos ferozes.
Após esse acontecimento, Píppi decide ir morar numa casa velha que seu pai havia comprado há muitos anos atrás. A intenção dele era ir morar naquela casa — chamada Vila Vilekula — com sua filha quando se aposentasse.
Porém, agora aos 9 anos de idade, está Píppi morando sozinha naquela casa, com seu macaquinho e seu cavalo como companhia. Mas, o que parece ser triste, para a protagonista, é só um detalhe, pois a menina consegue, com o auxílio da generosa herança deixada pelo seu pai, se virar perfeitamente bem, e sempre mantendo um belo sorriso no rosto, com suas tranças excêntricas saltitantes.
Em sua nova vizinhança, ela acaba encontrando dois jovens que acabam se tornando seus grandes amigos. Contudo, também aparecem muitos personagens trazendo problemáticas para a narrativa, tais como os oficiais de justiça, que pretendem levá-la para um “lar” de crianças órfãs.
Enfim… nada que Píppi Meialonga não possa dar conta sozinha!
2 – Píppi a Bordo
Píppi a Bordo é o segundo livro na ordem dos livros de Astrid, que marca um reencontro emocionante. Neste volume, Píppi nos mostra novamente o porquê de as crianças a adorarem e os adultos a desaprovarem vagamente. Mais uma vez, acompanhamos a excêntrica garotinha que se instalou na pequena cidade. Não sabemos mais por quanto tempo!
Sempre falando o que pensa, mesmo que muitas vezes sejam bobagens. Sempre fazendo somente o que quer, e isso inclui comprar todos os doces da cidade e distribuir para as crianças ao redor.
No entanto, apesar de toda leveza intrínseca da personagem, esta trama traz uma problemática um tanto cortante, que envolve uma difícil decisão.
A protagonista está vivendo seus dias normalmente quando uma visita inesperada de seu pai promete mudar tudo daqui para frente. Efraim Meialonga se tornou rei dos canibais em uma das ilhas dos Mares do Sul.
Agora, Píppi se vê dividida entre seu pai e os afetos que construiu enquanto morava em Vila Vilekula. Então… Será que ela vai partir em uma nova aventura pelos mares com seu pai? Ou será que ela permanecerá na pequena cidade ao lado de Tommy e Annika?
3 – Píppi nos Mares de Sul
Este terceiro volume é o último entre os principais livros de Píppi Meialonga. Como sempre, Píppi protagoniza uma narrativa agitada, carregando sempre seu ar inabalável.
Ao iniciarmos a leitura, percebemos algumas coisas acontecendo, tal como a presença de um senhor estranho e com uns interesses esquisitos. Aliás, um desses interesses está na velha casa onde mora nossa querida Píppi. Seu interesse o leva a um intenso diálogo com a garotinha dos cabelos cor de cenoura, que obviamente sai vencedora, antes de literalmente arremessar o senhor para fora de sua propriedade.
No entanto, o sentido do nome deste livro — Píppi nos Mares do Sul — está no convite do velho Efraim, seu pai, que a chama para ir à ilha onde é rei. O nome da ilha, por sinal, é Currecurredutina.
Em um primeiro momento, essa notícia entristece Tom e Aninha, mas quando ela os dá a notícia de que eles também vão, a euforia toma conta das crianças.
Agora, numa ilha cheia de mistérios e com 126 habitantes, Píppi Meialonga e seus amiguinhos empreendem uma grande aventura!
Píppi Meialonga nas telinhas
A obra de Astrid Lindgren é simplesmente um dos maiores clássicos infanto-juvenis de todos os tempos, tendo ganhado diversas adaptações e inspirado grandes obras cinematográficas.
A história de Píppi Meialonga foi transformada em uma série de televisão, que se iniciou em 1969 e estendeu vários trabalhos até 1973, sempre com a mesma atriz.
No ano de 1988, foi lançado um novo longa chamado The New Adventures of Pippi Longstocking, com uma nova atriz.
Além disso, em 1997, a personagem tão cativante se tornou centro das atenções em um desenho animado incrivelmente bem feito, e bem fiel às narrativas apresentadas por Astrid.
Sobre Astrid Lindgren
Astrid Anna Emilia Lindgren, nascida na Suécia, foi uma autora de literatura infantil, tendo chegado à incrível marca de livros traduzidos para 85 idiomas, alcançando milhões e milhões de pessoas em mais de 100 países.
As inspirações para as narrativas de Astrid vinham principalmente pelas histórias da sua família ou por memórias de sua infância. Contudo, seu grande reconhecimento veio através de sua obra-prima, que é justamente a Píppi Meialonga, uma personagem que originalmente foi inventada para o deleite de sua pequena filha chamada Karin, que, aos 7 anos de idade, estava acamada.
No ano de 1944, a escritora ficou em segundo lugar em uma competição de uma editora chamada Rabén & Sjögren, com seu romance “Britt-Marie desafoga seu coração”. No ano seguinte, ela ganhou o prêmio nessa mesma competição com o livro Píppi Långstrump, que viria a se tornar um dos livros infantis mais amados da história da literatura.
Uma curiosidade a respeito disso, é que o livro da Píppi havia sido rejeitado pela editora Bonniers um pouco antes.
A autora acabou por se tornar uma das mulheres mais influentes da Suécia, sendo muito conhecida pelo seu forte apoio aos direitos das crianças e sua oposição à punição corporal.
Um detalhe interessante de se ressaltar sobre os feitos de Astrid é em relação à sua influência nas eleições de 1976. Se sentindo sufocada pelas altas cargas tributárias do seu país, no jornal Expressen, ela publicou a crônica denominada “Pomperipossa in Monismania”, que provocou um acirrado debate naquele ano, o que, certamente, foi algo determinante para a queda do governo social-democrata que já perdurava há 40 anos.
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