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Trilogia Escravidão: Do Primeiro Leilão Até a Lei Áurea

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A trilogia Escravidão do escritor brasileiro Laurentino Gomes retrata o aspecto mais cruel da história brasileira. Através da escrita refinada do autor, os leitores terão a chance de conhecer bem a fundo toda a trajetória da escravidão em solo verde e amarelo.

Laurentino Gomes é um nome que já vem ganhando grande notoriedade há algum tempo. Desde a publicação do best-seller 1808, em 2008, que narra a chegada da corte portuguesa ao Brasil, o autor vem fazendo grande sucesso no meio editorial.

Laurentino Gomes se formou em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e fez pós-graduação em Administração de Empresas na Universidade de São Paulo. Além disso, também fez cursos na Universidade de Cambridge, Inglaterra, e na Universidade de Vanderbilt.

“Escravidão” é o trabalho mais recente do autor, tendo seu primeiro volume publicado em 2019. Em 2021 e 2022 foram publicados os outros dois livros. O trabalho vem tomando grande proporção e a procura pelos exemplares está aumentando cada vez mais. Um resultado não tão surpreendente se considerarmos que o tema gera muito interesse nos brasileiros, e que o escritor já provou a qualidade das suas narrativas.

Os três livros, relativamente grandes — com cerca de 500 a 600 páginas cada um —, passam uma visão completa e profunda sobre os diversos estágios do sistema escravocrata brasileiro, em que observamos, de uma perspectiva diferente, os acontecimentos marcantes e nomes famosos da história.

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Volume I – Do Primeiro Leilão de Cativos em Portugal Até a Morte de Zumbi Dos Palmares

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Este é o primeiro volume na ordem dos livros da trilogia Escravidão, de  Laurentino Gomes. Durante as expedições escravocratas, o Brasil foi o país americano que mais recebeu cativos africanos, cerca de 5 milhões, que correspondem a 40% de um total de 12,5 milhões embarcados.

Portanto, nenhum outro tema é tão difundido na nossa identidade social quanto a escravidão, sendo imprescindível para entendermos o nosso passado, presente e futuro.

Este é o primeiro livro de uma trilogia criada a partir de um estudo de 6 anos, partindo do ponto do primeiro leilão de escravos, feito em Portugal, em 1444. O autor leva os leitores em uma viagem que passa por 3 continentes: África, Brasil e Europa.

Com uma escrita claramente influenciada pela sua formação jornalística, o autor entrega uma narrativa marcada pelo aspecto de revisão historiográfica, procurando fazer uma releitura e até combater alguns conceitos considerados um tanto equivocados pelo escritor.

Logo no início, Laurentino Gomes dá uma introdução sobre o conceito de escravidão na história humana e como ela foi diferente com os africanos, embora, em todos lugares do mundo, diferentes povos experimentaram essa perversidade.

Em diferentes lugares, diferentes etnias e diferentes épocas, muitos povos foram cativos, a exemplo dos eslavos, de olhos azuis, que deram origem à palavra “escravo”. No entanto, nada se compara aos aproximadamente 350 anos de atrocidades cometidas contra povos africanos. Assim, “escravidão” virou sinônimo de cor de pele negra pela primeira vez. E até os dias de hoje convivemos com as diversas heranças históricas, tal como o preconceito racial.

Laurentino Gomes trouxe livros detalhados e muito bem escritos. Podemos citar uma curiosidade abordada no livro: as condições nas viagens dos navios negreiros eram tão lastimáveis que a taxa de mortes era extremamente alta e, por isso, até os tubarões mudavam suas rotas migratórias.

Volume II – Da Corrida do Ouro em Minas Gerais Até a Chegada da Corte de Dom João ao Brasil

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Este é o segundo livro da trilogia Escravidão, lançado em 2021. Laurentino Gomes mantém sua característica estrutural observada em seus outros livros, ou seja, apresentando uma narrativa organizada em capítulos independentes, e sem necessariamente seguir a linearidade temporal.

“Sempre que possível, eu fujo da tentação de uma narrativa linear e cronológica, que tornaria a obra talvez monótona e previsível. Em vez disso, prefiro construir o meu texto em forma de painel ou mosaico, jogando luz sob diferentes aspectos do tema, de maneira a surpreender os leitores ao longo das páginas do livro”, em suas próprias palavras.

Um dos grandes pontos levantados pelo autor neste livro é o de “combater” o que ele mesmo chama de visão ultrapassada a respeito do comportamento dos escravos no sistema escravista – passivo e apático como descrito por Gilberto Freyre ou o escravo em permanente estado de rebelião, ideia muito pregada entre as correntes marxistas no século XX.

Entre os anos 1700 e 1800, milhões de pessoas foram cruelmente arrancadas de suas terras africanas, jogadas à força nos fundos precários dos navios negreiros e trazidas para as terras americanas.

Muitos viriam a ser um produto na vitrine dos leilões antes de serem levados para as fazendas dos seus donos, onde trabalhariam exaustivamente pelo resto de suas vidas sob a ameaça do chicote. A colônia americana de Portugal tinha os maiores contingentes de escravos africanos de todo o planeta.

Neste volume do livro “Escravidão”, Laurentino Gomes se concentra nos acontecimentos do século XVIII. Este é contado pela história como o período em que houve o auge do tráfego de negros pelo Oceâno Atlântico, intensificado por fatores como a descoberta de minas de ouro e diamantes, além do crescimento da produção de diversos produtos agrícolas, considerando também outras regiões da América.

Volume III: Da Independência do Brasil à Lei Áurea

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Este é o terceiro e último livro na ordem da trilogia Escravidão. O livro foi lançado bem recentemente, ainda em 2022, e já alcançou grandes números de vendas, sendo mais um livro de Laurentino Gomes figurando entre os mais vendidos da Amazon.

Na tarde histórica de 7 de Setembro de 1822, quando Dom Pedro chegou às margens do Ipiranga, o Brasil estava até o pescoço de tanta escravidão. Comercializar escravos era o negócio mais ocorrente no país, agora independente.

Neste período, a população cativa correspondia a mais de um terço do total de habitantes. O outro terço era composto por negros portadores da carta de alforria, mestiços de origem africana e uma minoria branca, que dominava todo o resto. Os indígenas, dizimados pelas guerras, doenças e massacres já nem apareciam mais nas estatísticas.

Este livro é dedicado ao século XIX. Século de momentos e acontecimentos marcantes da história, como a Independência, os Primeiro e Segundo Reinado, o movimento abolicionista, que provocou grande pressão até que fosse assinada a Lei Áurea, em 13 de maio de 1888. Mas também relata o legado deixado por tantos anos de escravidão e mostra como esse passado recente ainda é um grande peso para o progresso do nosso povo em direção ao futuro.

Este é o livro de maior quantidade de páginas entre os 3. São quase 600 páginas de muito conteúdo, em subtítulos organizados da mesma maneira utilizada nos outros volumes.

Esta obra ainda vai para além do tema da escravidão, passando muito profundamente pelo Segundo Reinado, a queda da monarquia e a instauração de uma República (nada republicana).

Conclusão

Bom, definitivamente, a série Escravidão de Laurentino Gomes é uma obra que vale a pena ler. Trata-se de um dos materiais mais acessíveis, com riqueza de conteúdo, detalhes e a maneira única como o escritor organiza a narrativa.

O Brasil é um dos países com maior diversidade cultural do planeta e, obviamente, grande parte do que somos hoje foi moldado com a influência dos povos africanos. Por isso, obras assim são uma grande contribuição para a conscientização da população sobre a nossa própria história. Especialmente quando uma parte considerável das pessoas parece querer esquecê-la.

Em 2022 o nosso querido e sofrido país completou 200 anos de independência. Algo que reforça ainda mais nossa recomendação de leitura para você. 

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